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30 de set. de 2012

TURMAS DE INFORMÁTICA - CIMOL

                                      
:                      SEMÂNTICA: Sinonímia,       Antonímia,Homonímia e Paronímia


Muitos candidatos pensam que não precisam estudar este tópico porque o julgam fácil. Acreditem, não é tão fácil quanto parece: quem sabe a diferença entre incipiente e insipiente? E incontinente e incontinenti? E despercebido e desapercebido?
Vejam se acertaram: incipiente significa “principiante”; insipiente, “ignorante”. Incontinente significa “imoderado”, já incontinenti, “imediatamente”. Por fim, despercebido significa “não percebido”, ao passo que desapercebido, “desprovido”.
Acho que ficou claro que o assunto merece uma atenção especial.
Vamos a ele, então.
Sinonímia é um processo muito utilizado por falantes de uma língua. Sabe quando não queremos repetir o mesmo termo ou palavra a todo momento? Uma das maneiras de sanarmos esse problema é com uso de sinônimos. Por exemplo, se digo: “Passe um dia na minha casa.” e quiser referir-me novamente ao termo sublinhado “casa”, posso lançar mão de um sinônimo para não o ter que repetir: “Passe um dia na minha casa e verá como meu lar é aconchegante.”
Para saber se o candidato domina mais esse subterfúgio da Língua Portuguesa, a banca pede a ele que substitua palavras ou termos retirados do texto e assinale em qual opção encontram-se aqueles que não alteram o sentido, ou os que alteram.
Para se resolver esse tipo de questão é importante que o candidato tenha um certo domínio lexical, ou seja, que conheça muitas palavras, o que é possível conseguir por meio de muita, mas muita leitura. Pode-se ler de tudo. Jornais, revistas, livros, bulas de remédio, outdoors, placas de trânsito... o fundamental é ser um leitor crítico, aquele que busca informação, que reflete a respeito.
Antonímia nada mais é do que palavras que possuem significados contrários, como largo e estreito, dentro e fora, grande e pequeno. O importante, aqui, é saber que os significados são opostos, ou seja, excluem-se.
Homonímia é a identidade fonética e/ou gráfica de palavras com significados diferentes. Existem três tipos de homônimos:
  • Homônimos homógrafos – palavras de mesma grafia e significado diferente. Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo).
  • Homônimos homófonos – palavras com mesmo som e grafia diferente. Exemplo: cessão (ato de ceder), sessão (atividade), seção (setor) e secção (corte).
  • Homônimos homógrafos e homófonos – palavras com mesma grafia e mesmo som. Exemplo: planta (substantivo) e planta (verbo); morro (substantivo) e morro (verbo).
Paronímia é a semelhança gráfica e/ou fonética entre palavras. É o caso dos pares de palavras anteriormente expostas.
Outros exemplos de parônimos: Acender (atear fogo) ascender (subir), acento (sinal gráfico) assento (cadeira), acerca de (a respeito de) a cerca de (distância aproximada) há cerca de (aproximadamente), afim (parente) a fim (para), ao invés de (ao contrário de) em vez de (em lugar de), apreçar (tomar preço) apressar (dar pressa), asado (alado) azado (oportuno), assoar(limpar o nariz) assuar (vaiar), à-toa (ruim) à toa (sem rumo), descriminar (inocentar) discriminar (separar), despensa(depósito) dispensa (licença), flagrante (evidente) fragrante (perfumoso), incipiente (principiante) insipiente (ignorante),incontinente (imoderado) incontinenti (imediatamente), mandado (ato de mandar) mandato (procuração), paço (palácio)passo (marcha), ratificar (validar) retificar (corrigir), tapar (fechar) tampar (cobrir com tampa), vultoso (volumoso) vultuoso(rosto vermelho e inchado).
Resolva, agora, uma questão de sinonímia dada na prova da Fundação Carlos Chagas, de um concurso para analista administrativo do TRF 1 região:
Orgulho ferido
Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. (...)
Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da revista britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar. Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente,
  1. ensejar – aventar – convocar – sugerir
  2. instigar – propor – reiterar – infiltrar
  3. dirimir – conceder – atribuir – insuflar
  4. solapar – retificar – conceder – induzir
  5. conduzir – insinuar – proclamar – confessar

16 de set. de 2012

Turmas:Informática 11M e 11 T - Cimol

COMPORTAMENTO
Uma linda história de amor... Com o celular
Aparelhos telefônicos são os companheiros inseparáveis da gurizada
 
Da Redação - 13/9/2012 - 09:30
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Sapiranga - Acordar, estudar, comer, dar banda, viajar na Internet, assistir TV e dormir, tudo isso com um companheiro inseparável: ele, o celular! Quem nunca esqueceu o aparelhinho por um dia e passou o tempo todo na angústia pensando nas milhares de mensagens e chamadas perdidas? Praticamente sem vida social, às margens de todas as atualizações bombásticas? OMG!!!! Não basta estar conectado e ter um telefone à mão, a gurizada quer se manter onipresente.

No caso do estudante Felipe Rocha, 14 anos, a função já começa cedo, às 6 horas quando ele levanta para ir ao colégio, e só vai parar na hora em que volta para a cama. Felipe é tão ligadinho que já conseguiu mandar cerca de 4 mil mensagens em um mês - e isso que nem estamos somando os recados nas redes sociais, que ele também acessa pelo celular. Mas de onde tanto assunto? "Sempre tem, a gente faz muitas amizades assim", conta, revelando que até já conheceu uma namorada por troca de mensagens.

Felipe diz que deixa o celular ligado na hora de dormir e confessa que não consegue ficar desconectado. Assim também é sua colega Sarah Lopes, 15 anos, que tem uma média de 150 a 200 mensagens por dia – haja bônus das operadoras de telefonia para manter tudo isso! "A pior parte é quando acaba o crédito". Está achando que os dois amigos mandam recados um para o outro? Bem capaz. O lance deles é fazer novas amizades. "Conversar com pessoas que a gente não conhece é mais tri", diz Sarah - até porque ela fica muuuito braba quando manda toda uma história para Felipe e a única coisa que ele responde é um "mmm, legal!". "Não é por mal, é que não tenho o que dizer e achei legal", se justifica o amigo. Mas não há problema, é só ir puxar papo com outro que tudo se resolve. Desde que a resposta venha rápido.

O pior é que essas novas amizades que eles procuram às vezes ficam apenas no celular. Sarah e Felipe contam que tem a galera que puxa papo, mas na rua nem cumprimenta e também quem exagera na sinceridade na mensagem e pessoalmente nem abre o bico. Para a psicologa Andréia Reis, que faz parte do Núcleo de Atendimento Psicológico (NAP) de Novo Hamburgo, isso é até normal para uma geração que se criou no meio tecnológico. "Eles aprenderam a se comunicar através da tecnologia, então é muito mais fácil falar assim".

Mas não dá pra passar os dias em função do celular, né? É muito divertido, mas tem que saber manter um equilíbrio. "Ficar o tempo todo ligado, deixando de fazer outras atividades, pode provocar dificuldades de se relacionar de forma presencial, isolamento e por vezes a criação de um mundo paralelo, virtual. Também há o tecnoestresse, causado pelo uso excessivo da tecnologia, provocando dificuldade de concentração e ansiedade". Sim, pode não parecer real, mas existe vida além do celular. Go ahead!


Namoro e amizade nas teclas
Nessa de fazer tudo com o celular, rola até pedido de namoro na jogada, como aconteceu com a estudante Manuela Bastos Cardoso, 13 anos, que recebeu uma mensagenzinha toda cheia de chamego com uma proposta. É claro que ela não respondeu. "Ele nem teve coragem de vir falar pessoalmente, se quisesse mesmo viria". O colega e amigo Felipe Rocha tenta justificar a atitude do cara que fez o pedido. "É que homem tem que se declarar pra essas coisas, daí se aperta. É mais fácil assim, se fosse olho no olho seria mais difícil", afirma, defendendo a ala masculina. O colega Lucas Trevizani, 15, concorda: "Às vezes dá certo". Para a psicológica Andréia, o que os guris enxergam como problema - de achar complicado fazer qualquer pedido pessoalmente - ocorre por causa do aumento de independência, segurança e grau de exigência das gurias. "Isto vale para o mundo adulto também, as mulheres estão tomando iniciativa, e os homens não sabem lidar com isso".

A estudante Sarah Lopes diz que não recebeu ou fez nenhum pedido de namoro, mas que já apelou para as mensagens para pedir desculpas a uma amiga, antes que uma briga boba virasse coisa séria. "Porque tu tens medo que pessoalmente acabe brigando, então resolver por mensagem é mais fácil".

Só na mensagem
Felipe Rocha, Manuela Bastos Cardoso, Sarah Lopes e Lucas Trevizani são colegas no 8o ano do Instituto Estadual Coronel Genuíno Sampaio, de Sapiranga. Os quatro vivem com o celular grudado e confessam que não saberiam viver sem o aparelho, que também tem um lugar especial no ladinho da cama quando essa galera vai dormir. Só o Felipe já chegou a mandar 4 mil mensagens em um mês. "E isso que nem tenho namorada." "É, ele gasta mais trovando as gurias", brinca Sarah. A turma só não está com celular na mão à mesa com a família e na hora de conversar com os pais. "Senão eles só ficam reclamando."

Na escola não rola
Tudo muito legal, muito bonito ficar mandando mensagem o dia inteiro, mas na sala de aula não rola, né? Na escola da Sarah, da Manuela, do Felipe e do Lucas quem estiver mexendo no aparelho no meio das explicações tem o telefone recolhido. Na primeira vez, pode pegar o celular na diretoria na saída, mas se acontecer de novo só os pais podem retirar, e não tem chorumelas. "A gente só usa na troca de professores, para não ficar sem".

Jovens e celular
Os jovens estão entre os maiores consumidores de linhas de telefone do Brasil. Segundo estudo da Serasa Experian, este grupo representava 19,8% das vendas de telefonia móvel e 25,5% de telefonia fixa no País em 2011. Entre os motivos para o resultado, o órgão responsável pela pesquisa aponta o aumento da formalização da gurizada no mercado de trabalho e a popularidade dos aparelhos celulares. "Além de terem maior estabilidade no emprego, os jovens passam a contar com um comprovante oficial de renda, o que estimula e facilita o acesso em mercados específicos como o de crédito e telefonia", afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian e Experian América Latina.

Foto: Gabriela da Silva/GES-Especial

12 de ago. de 2012

8 de jul. de 2012

AULAS DA 2.ª SEMANA DE JULHO:


PLANOS DE AULA
Hor
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
TARDE
13:00
-
-
-
INFO
11 M
INFO
11 T
13:50
-
-
-
INFO
11 M
INFO
11 T
14:40
-
INFO
11 M
-
INFO
11 T
-
15:30
-
INFO
11 M
-
INFO
11 T
26L
16:20
-
INFO
11 M
-
INFO
11 T
26L
Escola: CIMOL
Semana: 12.ª DE JULHO/2012
Professor: ELEMAR

SEMESTRE: I.º
INFO 11 M
Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA I
Conteúdos a serem ministrados
Períodos
Objetivos
CLASSES GRAMATICAIS: CONCEITOS DE ADJETIVO, EXEMPLOS E EXERCÍCIOS.
5
CONHECER, APERFEIÇOAR, CRESCER, CONSTRUIR, APRESENTAR, AVALIAR,...
SEMESTRE: I.º
INFO 11 T
Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA I
Conteúdos a serem ministrados
Períodos
Objetivos
CLASSES GRAMATICAIS: CONCEITOS DE ADJETIVO, EXEMPLOS E EXERCÍCIOS.
5
CONHECER, APERFEIÇOAR, CRESCER, CONSTRUIR, APRESENTAR, AVALIAR,...
Série: SEGUNDA
T. 26 L
Disciplina: LITERATURA
Conteúdos a serem ministrados
Períodos
Objetivos
Arcadismo: Conceitos, exemplos e exercícios.
2
CONHECER, APERFEIÇOAR, CRESCER, CONSTRUIR, APRESENTAR, AVALIAR,...

29 de jun. de 2012

LITERATURA - TURMA: 26


Arcadismo
O Balanço (década de 1730), de Nicolas Lancret

O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto).
Denota-se, logo de início, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento.
Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a ascenção do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de independência ao longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que prsenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada da Família Real em 1808.
O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organizaçõ econômica liderada pelo pensamento burguês.
Ao passo que os textos produzidos no período convencionado de Quinhentismo sofreram influência direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura espanhola, os do Arcadismo, por sua vez, foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram toda a Europa (e o mundo Ocidental).

Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: editora Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no Brasil:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia.
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa.

Arcádia Ultramarina
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundad em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana.

Principais características
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, como por exemplo, emO Uraguai (gênero épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas Chilenas(gênero satírico);
- influência da filosofia francesa;
- mitologia pagã como elemento estético;
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril;
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
- bucolismo: busca pelos valores da natureza;
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural;
- tom confessional;
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.

Termos em latim
O uso de expressões em latim era comum no neoclacisssimo. Elas estavam associados ao estilo de vida simples e bucólico. Conheça algumas delas:
Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade.
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio;
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos monárquicos;
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente.
Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios.





Autores

Cláudio Manoel da Costa (1729-1789)

 
Cláudio Manoel da Costa, o poeta mineiro nascido em 1729, ilustrado por Newton Resende.

Também conhecido como o "guardador de rebanhos" Glauceste Satúrnio, seu pseudônimo, Cláudio Manoel da Costa nasceu na cidade de Mariana (em Minas Gerais). Estudou Direito em Coimbra, onde teve contato com as principais ideias do Iluminismo e, ao voltar para o Brasil, fundou da Arcádia Ultramarina em Vila Rica. Era um homem muito rico e de posses que influenciou a elite intelectual da época. Por ter participado da Inconfidência Mineira, foi preso e encontrado enforcado na cadeia em 1789.
Os temas iniciais de sua obra giram em torno das reflexões morais e das contradições da vida com forte inspiração nos modelos barrocos.
Posteriormente, dedicou-se à poesia bucólica e pastoril na qual a natureza funciona como um refúgio para o poeta que busca a vida longe da cidade e reflete o as angustias e o sofrimento amoroso com sua musa inacessível Nise. Estes poemas fazem parte do conjunto intitulado Obras (1768).
Cláudio Manoel da Costa também se dedicou à exaltação dos bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades da região mineradora e desbravadores do interior do país e de contar a história da cidade de Ouro Preto no poemeto épico Vila Rica (1773).

Veja um exemplo de sua poesia bucólica:
Sonetos
X
Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo, 
Porás a ovelha branca, e o cajado; 
E ambos ao som da flauta magoado 
Podemos competir de extremo a extremo.
Principia, pastor; que eu te não temo; 
Inda que sejas tão avantajado 
No cântico amebeu: para louvado 
Escolhamos embora o velho Alcemo.
Que esperas? Toma a flauta, principia; 
Eu quero acompanhar te; os horizontes 
Já se enchem de prazer, e de alegria:
Parece, que estes prados, e estas fontes 
Já sabem, que é o assunto da porfia 
Nise, a melhor pastora destes montes.

E de sua poesia épica:
Vila Rica
Canto VI

Levados de fervor, que o peito encerra 
Vês os Paulistas, animosa gente, 
Que ao Rei procuram do metal luzente 
Co'as próprias mãos enriquecer o erário. 
Arzão é este, é Este, o temerário, 
Que da Casca os sertões tentou primeiro: 
Vê qual despreza o nobre aventureiro, 
Os laços e as traições, que lhe prepara 
Do cruento


Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)

Tomás Antônio Gonzaga, poeta árcade, ilustrdo por artista desconhecido. Patrono da cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras, Gonzaga deixou como legado importantes obra líricas e satíricas.

Nasceu na cidade de Porto, em Portugal, porém, filho de mãe portuguesa e pai brasileiro, vive parte da vida no Brasil. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, muda para o Brasil para trabalhar como ouvidor e juiz. Aqui, pretendia se casar com a jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão, sua musa Marília.
No entanto, como participara da Inconfidência Mineira, é preso e levado para o Rio de Janeiro. Quando sai da prisão, muda-se para Moçambique, na África, onde casa com Juliana de Sousa Mascarenhas.
Tomás Antônio Gonzaga é o pastor Dirceu, pseudônimo criado pelo poeta para seu conjunto de liras famosas intitulado Marília de Dirceu, publicadas em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812. Nessa obra, Dirceu é o pastor que cultiva o ideal da vida campestre, que vive entre ovelhas em uma choupana e aproveita o momento presente ao lado da amada Marília.

Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
Que viva de guardar alheio gado; 
De tosco trato, d’expressões grosseiro, 
Dos frios gelos, e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal, e nele assisto; 
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, 
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela, 
Graças à minha Estrela!

Lira XIX
Enquanto pasta alegre o manso gado, 
Minha bela Marília, nos sentemos 
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos 
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza. 

Atende, como aquela vaca preta 
O novilhinho seu dos mais separa, 
E o lambe, enquanto chupa a lisa teta.
Atende mais, ó cara, 
Como a ruiva cadela
Suporta que lhe morda o filho o corpo,
E salte em cima dela. 

Repara, como cheia de ternura 
Entre as asas ao filho essa ave aquenta, 
Como aquela esgravata a terra dura,
E os seus assim sustenta; 
Como se encoleriza,
E salta sem receio a todo o vulto,
Que junto deles pisa. 

Que gosto não terá a esposa amante, 
Quando der ao filhinho o peito brando, 
E refletir então no seu semblante!
Quando, Marília, quando 
Disser consigo: “É esta
“De teu querido pai a mesma barba,
“A mesma boca, e testa.”

Lira XV
Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro, 
Fui honrado Pastor da tua aldeia; 
Vestia finas lãs, e tinha sempre 
A minha choça do preciso cheia. 
Tiraram-me o casal, e o manso gado, 
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.

Curiosidade: como aponta o crítico Alfredo Bosi em seu História Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: Cultrix, 2006), há uma mudança na cor dos cabelos de Marília, que ora são negros, ora dourados, como se pode observar nos trechos a seguir:
Os seus compridos cabelos,
que sobre as costas odeiam,
são que os de Apolo mais belos,
mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite;
e com o branco do rosto
fazem, Marília, um composto
da mais formosa união.
Em outra passagem, observa-se:
Os teus olhos espelham a luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina 
te cobre as faces, que são da cor da neve.
Os teus cabelos sao uns fios d'ouro;
teu lindo corpo bálsamos vapora.
Essa oscilação, segundo o crítico, demonstraria o compromisso árcade entre o real e os padrões de beleza do lirismo inspirado no poeta clássico Petrarca. Outra oscilação presente nos poemas é entre o pastor bucólico e o intelectual da cidade.
Percebe-se, no entanto, uma mudança considerável no discurso do poeta, coincidindo com a época em que o autor esteve preso e passa a refletir sobre as angústias do aprisionamento, a justiça e o destino dos homens.
Cabe ressaltar, no entanto, que, embora o conjunto de liras seja dedicado à amada Marília, em momento algum temos a voz da personagem idealizada. É apenas Dirceu quem discorre acerca dos seus sentimentos. Segundo alguns críticos literários, esse fato é um reflexo da sociedade patriarcal em que Gonzaga vivia, não permitindo que suas personagens pudessem expressar suas vozes.

Por fim, Tomás Antônio Gonzaga também ficou conhecido por suas Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas satíricos escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente, Gonzaga cria personagens e pseudônimos: aqui, Critilo assina as cartas e as envia paraDoroteu. O conteúdo das "cartas" são críticas ao suposto governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão Minésio, uma referência ao governador de Minas Gerais Luís da Cunha Meneses. Veja um exemplo:
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa, das pestanas carregadas,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
(...)
Ah! pobre Chile, que desgraça esperas!
Quanto melhor te fora se sentisses
As pragas, que no Egito se choraram,
Do que veres que sobe ao teu governo
Carrancudo casquilho, a quem rodeiam
Os néscios, os marotos e os peraltas!
Seguido, pois, dos grandes entra o chefe
No nosso Santiago junto à noite.
A casa me recolho e cheio destas
Tristíssimas imagens, no discurso,
Mil coisas feias, sem querer, revolvo.
Por ver se a dor divirto, vou sentar-me
Na janela da sala e ao ar levanto
Os olhos já molhados. Céus, que vejo!
Não vejo estrelas que, serenas, brilhem,
Nem vejo a lua que prateia os mares:
Vejo um grande cometa, a quem os doutos
Caudato apelidaram. Este cobre
A terra toda co’ disforme rabo.


Santa Rita Durão (1722-1784)

José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais. Ingressa na Ordem de Santo Agostinho, em Portugal, e lá permanece até sua morte em 1784.

Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos.
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja.
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana.
Moema (1866), por Victor Meireles
O poema segue a estrututura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
Conheça um trecho do poema épico em que é narrada a morte da índia Moema, uma das mais belas cenas já descritas na literatura brasileira:

Canto VI
XXXVII
Copiosa multidão da nau francesa
Corre a ver o espetáculo assombrada;
E, ignorando a ocasião de estranha empresa,
Pasma da turba feminil que nada.
Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada;
Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.
XXXVIII
"- Bárbaro (a bela diz), tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças amor que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem.
Como não consumis aquele infame?
Mas apagar tanto amor com tédio e asco...
Ah que o corisco és tu... raio... penhasco?
(...)
XLI
Enfim, tens coração de ver-me aflita,
Flutuar moribunda entre estas ondas;
Nem o passado amor teu peito incita
A um ai somente com que aos meus respondas!
Bárbaro, se esta fé teu peito irrita,
(Disse, vendo-o fugir), ah não te escondas! 
Dispara sobre mim teu cruel raio..."
E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
XLII
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme, 
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
- Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa,
E, sem mais vista ser, sorveu-se n’água.


Basílio da Gama (1741-1795)
José Basílio da Gama nasceu em 1741 na cidade de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, em Minas Gerais. Falece em Lisboa no dia 31 de julho de 1795.

Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.
Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra indígena para proveito próprio.
Em 1750, com o Tratado de Tordesilhas, a missão dos Sete Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões (instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as Guerra Guaranítica (1754-56).
A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda, padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta, enviando Cacambo para as batalhas na esperança de que o índio morra para uní-la a seu filho.
No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante português Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do rio Uruguai (chamado então de "Uraguai"). O comandante tenta estabelecer um acordo com os índios, sem sucesso, dando início aos combates.
O cacique Sepé Tiaraju lidera a disputa e acaba morto. Cacambo, seu sucessor, é capturado e descobre que o perigo estava o tempo todo na mão dos jesuítas. Os portugueses, então, permitem que ele retorne a sua aldeia para alertar seus companheiros contra os perigos dos jesuítas. De volta, o valente guerreiro é envenenado por Balda e Lindóia, vendo-se forçada a casar com Baldeta, comete suicídio, deixando-se picar por uma cobra venenosa.
Segundo o crítico literário Alfredo Bosi no estudo História Concisa da Literatura Brasileira(São Paulo: Cultrix, 2006), Basílio da Gama é o homem do fim do século XVIII "cujos valores pré-liberais prenunciam a Revolução e se manteriam com o idealismo romântico". Assim, pode-se dizer que O Uraguai prenuncia muitos dos aspectos que serão desenvolvidos durante o movimento do Romantismo.

Características principais do poema
- exaltação da natureza e do "bom selvagem", atribuíndo aos jesuítas a culpa pelo envolvimento dos índios na luta;
- rompimento da estrutura poética camoniana;
- inovação no gênero epico: versos decassílabos brancos, isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco cantos;
- ao contrário da tradição épica, o poema conta um acontecimento recente na história do país;
- inicia o poema pela narração;
- discursos permeados por ideias iluministas;

A cena da morte de Lindóia mostra as características típicas do movimento árcade:
Canto IV
(...)
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim, sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse no fugir a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes
Soltar o tiro, e vacilou três vezes
Entre a ira e o temor. Enfim sacode
O arco e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia, e fere
A serpente na testa, e a boca e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co’a ligeira cauda
O irado monstro, e em tortuosos giros
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que ao despertá-la
Conhece, com que dor! no frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua
Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado e triste,
Que os corações mais duros enternece
Tanto era bela no seu rosto a morte!

Quem foi Sepé Tiaraju?
Importante personagem na história do país, o Sepé Tiaraju é retratado em O Uraguaicomo um guerreiro defensor de seu território na tentativa de impedir que os portugueses se apropriassem de suas terras e de seus gados. Morto em batalha, quando lutava contra a decisão que dava as terras aos portugueses, o índio é considerado um herói nacional, sendo nomeado "herói guarani missioneiro rio-grandense", e também santo popular por alguma religiões brasileiras.
Desenho representando o índio guerreiro Sepé Tiaraju

RESUMO
O Arcadismo: século XVIII
CONTEXTO HISTÓRICO
- Iluminismo;
- Lutas pela independência do Brasil.
CARACTERÍSTICAS
- Modelo greco-romano e renascentista;
- Mitologia pagã;
- Pastoralismo, nativismo, bucolismo;
- Expressões em latim.
PRINCIPAIS AUTORES
- Claudio Manoel da Costa;
- Tomás Antônio Gonzaga;
- Basílio da Gama;
- Santa Rita Durão.