A CARTA PESSOAL -
CARTA COMUM
A linguagem varia de acordo com o nível de intimidade entre
remetente e destinatário
Falar sobre o uso recorrente deste gênero textual, aqui
representado pela carta, parece um tanto quanto retrógrado, posto que os
recursos tecnológicos proporcionaram mudanças significativas no modo de ser e
agir de grande parte das pessoas.
Tempos atrás, a carta e o telegrama eram os únicos meios de
comunicação escrita. Atualmente, a tecnologia permite que as pessoas, mesmo
residindo em lugares distintos, interajam pelos inúmeros sites de
relacionamento, dialogando em tempo real, como se estivessem frente a frente.
Entretanto, torna-se essencial mencionarmos que a “era
digital”, por motivos socioeconômicos, não atingiu toda a população. Há,
portanto, quem ainda faça uso da carta para se corresponder com amigos e
familiares que se encontram fora do convívio diário. Sem contar que, a carta,
por se classificar dentre os inúmeros gêneros com os quais compartilhamos no
nosso dia a dia, está entre os conteúdos relacionados aos diversos processos
avaliativos, ora representados pelos exames de vestibulares e concursos
públicos.
Assim sendo, ela se classifica como um gênero textual
especificamente utilizado na comunicação entre pessoas que mantêm um vínculo de
relacionamento, cuja finalidade discursiva pode pautar-se por objetivos
diversos – fazer um convite, atribuir agradecimentos, trocar notícias entre os
interlocutores envolvidos, relatar sobre um passeio, dentre outros.
Quanto aos aspectos de natureza linguística, a carta
pessoal, assim como bem retrata a própria nomenclatura, se difere das demais
correspondências em que prevalece um certo tecnicismo mediante regras
pré-estabelecidas, como por exemplo, a carta argumentativa, a de apresentação e
as demais correspondências oficiais.
Tal divergência se refere ao predomínio de uma linguagem,
que varia de acordo com o grau de intimidade entre o remetente e o
destinatário, podendo prevalecer tanto o padrão formal quanto o coloquialismo.
De modo a efetivarmos nossos conhecimentos acerca das particularidades
inerentes ao gênero em questão, atentemo-nos para os seguintes elementos:
* O local e a data – Geralmente compõem as partes iniciais,
se encontrando posicionados à esquerda da folha;
* O vocativo – Como se trata de uma comunicação relacionada
a um assunto livre, poderá haver o emprego de alguns termos coloquiais, até
mesmo gírias ou que denotem uma intimidade maior entre os interlocutores, tais
como: Querida amiga; brother, caríssimo companheiro, etc. O vocativo pode ser
seguido de dois pontos, vírgula ou não conter nenhum sinal de pontuação;
* O texto – Trata-se do discurso propriamente dito, sendo
desenvolvido de acordo com a finalidade a qual o remetente se propõe;
* A despedida e a assinatura – Como dito anteriormente,
dependendo do grau de intimidade estabelecido pela convivência, a despedida tende
a variar, podendo ser formal ou mais cortês, com vista a retratar uma certa
afetividade.
Quanto à assinatura, constará apenas o nome do remetente,
sem atribuição ao sobrenome, algo bem simples, sem resquícios de formalidades.
Outro aspecto elementar da referida modalidade está no fato
de que ela é enviada pelo correio. Para tanto, precisa-se de todos os dados
necessários a fazer com que a comunicação seja realmente efetivada, ou seja, na
frente do envelope deverá conter os dados do destinatário– nome, endereço
completo e CEP. No verso, deverão constar os dados referentes ao remetente,
seguidos também de todos os elementos citados.