29 de jul. de 2012


MUSEU DO GAÚCHO
2012
TEATRO
ATORES:
ü  MARAGATO (GIUSEPPE GARIBALDI)
ü  PADRE
ü  ESCRAVO
ü  BENTO GONÇALVES
ü  CARAMURU (PAULISTA)
ü  CARAMURU (PAULISTA)
ü  NARRADORA

TÍTULO: OS FARRAPOS
TÍTULO: OS FARRAPOS

NARRADOR:
- No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque, e militares locais promoviam reuniões em casas de particulares, destacando-se a figura de Bento Gonçalves.
Na noite de 18 de setembro de 1835, em uma reunião onde estavam presentes José Mariano de Mattos, (um ferrenho separatista), Gomes Jardim (primo de Bento e futuro presidente da República Rio-Grandense), Vicente da Fontoura (farroupilha, mas anti-separatista), Pedro Boticário (fervoroso farroupilha), Paulino da Fontoura (irmão de Vicente), Antônio de Sousa Neto (imperialista e farroupilha, mas que simpatizava com os ideais republicanos) e Domingos José de Almeida (separatista e grande administrador da República), decidiu-se por unanimidade que dentro de dois dias, no dia 20 de setembro de 1835, tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Antônio Rodrigues Fernandes Braga.
Em várias cidades do interior as milícias foram alertadas para deflagrarem a revolta. Bento comandava uma tropa reunida em Pedras Brancas, hoje cidade de Guaíba. Gomes Jardim e Onofre Pires comandavam os farroupilhas aquartelados, com cerca de 200 homens, no morro da Azenha, o atual cemitério São Miguel e Almas. Também mantinham, no dia 19 de setembro de 1835, um piquete com 30 homens nas imediações da ponte da Azenha, comandado por Manuel Vieira da Rocha, o cabo Rocha, que aguardava o amanhecer do dia 20 para investir, junto com o restante da tropa, contra os muros da vila. Porém Fernandes Braga ouvira alguns boatos e desconfiado, mandou uma partida de 9 homens sob o comando de José Gordilho de Barbuda Filho, o 2° visconde de Camamu, fazer um reconhecimento durante à noite. Descuidados e inexperientes, os guardas imperiais se deixaram notar e foram atacados pelo piquete republicano e fugiram, resultando 2 mortos e cinco feridos. Um dos feridos, o próprio visconde, sujo e ensanguentado alertou Fernandes Braga da revolta.


 Eram 11 horas da noite de 19 de setembro de 1835.

CENA: CAMPO DE BATALHA

ÁUDIO: SOM DO HINO RIO-GRANDENSE

Orientações:
Entra o maragato em estado de orgulho, com a bandeira e as vestimentas todas rasgadas, com o corpo todo sujo e sofrido pela guerra, mas com os olhos cheios de desejos, cheio de coragem e bravura!
Olha para os lados e para frente como se estivesse procurando alguém, então grita:

Maragato:  - Mas bah tche! Por onde andam aqueles Caramurus, os paulistas, os bandeirantes? Por onde? O guri aí viu? Escuta seu piazito de nada! Tu não me esconde nada, ta entendendo! Porque lhe garanto, essa espada não está suja de sangue de balde. Tem razão o amigo. Sou sobrevivente dessa peleia de capa cusco. O índio qué sabe? Eles receberam ordens para atravancá o nosso caminho, judiá dos Farrapo! Mas bah tche!


Orientações:
Nesse instante entra um índio correndo, perseguido por um padre Jesuíta que lhe grita:

Padre: - Filho, filho de Deus, espere!

Orientações:
O selvagem diante do gaúcho esfarrapado, para e aponta –o. Então o padre interage perguntando:

Padre: - Oh santíssima trindade! Você sobreviveu sulista?

Maragato: - Não home de Deus, sou o diabo disfarçado de gaúcho!

Orientações:
O padre abre os braços, olhando para cima e diz:

Padre: - Oh amado Pai, ele não sabe o que fala.

Índio: - Tu pagá home branco por  fazê pum, pum, pum. Acabá com tristeza no zoio.

Padre: - Escuta aqui nativo de Deus, tu não sabes bem da história!

Maragato:-Por demais de verdade padreco.  Nós se boleamos nesse peleia chamada de   Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, em protesto a política exercida pelo governo federal, os impostos, o alto preço do charque, a falta de atenção por parte do governo ao povo sulino, entre outras miudezas! Sou um maragato, companheiro de lenço vermelho no pescoço.

Orientações:
O maragato ergue de sua espada e encosta no pescoço do padre dizendo em tom alto:

Maragato: -Não é verdade home de Deus?

Padre: -É vero! Tudo principiou quando explode com a chamada Revolução Farroupilha. Foi no dia  20 de setembro, quando os revolucionários comandados por Bento Gonçalves tomam Porto Alegre, capital da Província. As causas são políticas, econômicas, sociais e militares. A Província de São Pedro do Rio Grande do Sul estava arrasada pelas guerras e praticamente abandonada pelo Império do Brasil, meio desgovernado depois da volta de Dom Pedro I a Portugal. 

Maragato: - Chega de filosofança, vamos ao que interessa! (Saca mais uma vez da espada encosta no pescoço do índio). Esse apavorado diz:

 Índio: - Cue isso! Índio da paz. Índios ajudá gaúcho.

Orientações:
Nesse instante entram em pé de guerra ANITA GARIBALDI e MANUELA DE PAULA FERREIRA. Quando ambas enxergam  GIUSEPPE GARIBALDI, correm em direção ao amado e Anita diz:

Anita: -Meu grande heroi! O que te aconteceu?Você está bem? Não está machucado?

Manuela: - Amado meu, quantas saudades! Quero te dizer que estou disposta a te acompanhar na guerra.

Maragato: - Ala puxa tchê! Soi mui macho! (Puxa as calças bem pra cima e olha em direção do público), diz:

Maragato: - São chinas de se apresentar pra mãe.

Orientações:
 O maragato, o padre, o índio, as mulheres, todos, Ouvem um barulho de tiro e não demora entra Bento Gançalves com um escravo sendo empurrado, preso em cordas.

Escravo: - Mas que pago que eu me meti! Padre assalve esse filho de Deus!

Bento: -Buenas, como estás aqui vivente? Afastado do reboliço? Rodeado de tanto povo. Parece festa de igreja!
Padre: - Devagar companheiro! Não ofenda o veio das alturas!

Maragato: - O que o futuro presidente da província vai fazer com esse tubicuera?

Bento: -Vai pra frente da guerra, junto com esse selvagem aí padre. Vamos botar esses viventes  só pra vê se são bons de briga!

Orientações:
Nesse instante entra em cena, às escondidas dois inimigos caramurus. Armados e dispostos a enfrentar os revolucionários. Acontece uma luta de espadas e armas.

Bento grita: -Buenas tchê! Agora, quero ver como se lambe um fio de espada.

Maragato:- Pois te digo patrão, os homens tem armas de munição! São valentes.

Bento: - Se afastem mulheres. Padre,se amoite atrás de mim, com cuidado (Fala delicadamente). Venha cá seus desgraçados, vão na frente (Puxa o escravo e o índio e ainda empurra-os com a espada).

Orientações:
Nesse instante, toca-se um o hino rio-grandense e acontece o enfrentamento. Lutas de espadas e espingardas, até que são mortos o índio e o escravo, caem em campo de batalha! O padre se atravanca em rezas, de joelhos. Anita vai ajudar o Maragato Giuseppe e mata um paulista e o outro é ferido por Bento. A Manuela fica escondida, com medo da morte.

NARRADOR: - Paz do Poncho Verde
Por fim, a 1.º de Março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho Verde ou Paz do Poncho Verde, após quase dez anos de guerra que teria causado 47829 mortes. Entre suas principais condições estavam o perdão pleno aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no exército piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas.
Dos escravos sobreviventes, alguns acompanharam o exército do general Antônio Neto em seu exílio no Uruguai, outros foram incorporados ao exército Imperial e muitos foram vendidos novamente como escravos no Rio de Janeiro.


LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR: ELEMAR GOMES


O TEXTO ESTÁ NO BLOG: www.aulasdaminhavida.blogspot.com

MUSEU DO GAÚCHO
2012
TEATRO
ATORES:
ü  MARAGATO (GIUSEPPE GARIBALDI)
ü  PADRE
ü  ESCRAVO
ü  BENTO GONÇALVES
ü  CARAMURU (PAULISTA)
ü  CARAMURU (PAULISTA)
ü  NARRADORA

TÍTULO: OS FARRAPOS
TÍTULO: OS FARRAPOS

NARRADOR:
- No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque, e militares locais promoviam reuniões em casas de particulares, destacando-se a figura de Bento Gonçalves.
Na noite de 18 de setembro de 1835, em uma reunião onde estavam presentes José Mariano de Mattos, (um ferrenho separatista), Gomes Jardim (primo de Bento e futuro presidente da República Rio-Grandense), Vicente da Fontoura (farroupilha, mas anti-separatista), Pedro Boticário (fervoroso farroupilha), Paulino da Fontoura (irmão de Vicente), Antônio de Sousa Neto (imperialista e farroupilha, mas que simpatizava com os ideais republicanos) e Domingos José de Almeida (separatista e grande administrador da República), decidiu-se por unanimidade que dentro de dois dias, no dia 20 de setembro de 1835, tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Antônio Rodrigues Fernandes Braga.
Em várias cidades do interior as milícias foram alertadas para deflagrarem a revolta. Bento comandava uma tropa reunida em Pedras Brancas, hoje cidade de Guaíba. Gomes Jardim e Onofre Pires comandavam os farroupilhas aquartelados, com cerca de 200 homens, no morro da Azenha, o atual cemitério São Miguel e Almas. Também mantinham, no dia 19 de setembro de 1835, um piquete com 30 homens nas imediações da ponte da Azenha, comandado por Manuel Vieira da Rocha, o cabo Rocha, que aguardava o amanhecer do dia 20 para investir, junto com o restante da tropa, contra os muros da vila. Porém Fernandes Braga ouvira alguns boatos e desconfiado, mandou uma partida de 9 homens sob o comando de José Gordilho de Barbuda Filho, o 2° visconde de Camamu, fazer um reconhecimento durante à noite. Descuidados e inexperientes, os guardas imperiais se deixaram notar e foram atacados pelo piquete republicano e fugiram, resultando 2 mortos e cinco feridos. Um dos feridos, o próprio visconde, sujo e ensanguentado alertou Fernandes Braga da revolta.


 Eram 11 horas da noite de 19 de setembro de 1835.

CENA: CAMPO DE BATALHA

ÁUDIO: SOM DO HINO RIO-GRANDENSE

Orientações:
Entra o maragato em estado de orgulho, com a bandeira e as vestimentas todas rasgadas, com o corpo todo sujo e sofrido pela guerra, mas com os olhos cheios de desejos, cheio de coragem e bravura!
Olha para os lados e para frente como se estivesse procurando alguém, então grita:

Maragato:  - Mas bah tche! Por onde andam aqueles Caramurus, os paulistas, os bandeirantes? Por onde? O guri aí viu? Escuta seu piazito de nada! Tu não me esconde nada, ta entendendo! Porque lhe garanto, essa espada não está suja de sangue de balde. Tem razão o amigo. Sou sobrevivente dessa peleia de capa cusco. O índio qué sabe? Eles receberam ordens para atravancá o nosso caminho, judiá dos Farrapo! Mas bah tche!


Orientações:
Nesse instante entra um índio correndo, perseguido por um padre Jesuíta que lhe grita:

Padre: - Filho, filho de Deus, espere!

Orientações:
O selvagem diante do gaúcho esfarrapado, para e aponta –o. Então o padre interage perguntando:

Padre: - Oh santíssima trindade! Você sobreviveu sulista?

Maragato: - Não home de Deus, sou o diabo disfarçado de gaúcho!

Orientações:
O padre abre os braços, olhando para cima e diz:

Padre: - Oh amado Pai, ele não sabe o que fala.

Índio: - Tu pagá home branco por  fazê pum, pum, pum. Acabá com tristeza no zoio.

Padre: - Escuta aqui nativo de Deus, tu não sabes bem da história!

Maragato:-Por demais de verdade padreco.  Nós se boleamos nesse peleia chamada de   Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, em protesto a política exercida pelo governo federal, os impostos, o alto preço do charque, a falta de atenção por parte do governo ao povo sulino, entre outras miudezas! Sou um maragato, companheiro de lenço vermelho no pescoço.

Orientações:
O maragato ergue de sua espada e encosta no pescoço do padre dizendo em tom alto:

Maragato: -Não é verdade home de Deus?

Padre: -É vero! Tudo principiou quando explode com a chamada Revolução Farroupilha. Foi no dia  20 de setembro, quando os revolucionários comandados por Bento Gonçalves tomam Porto Alegre, capital da Província. As causas são políticas, econômicas, sociais e militares. A Província de São Pedro do Rio Grande do Sul estava arrasada pelas guerras e praticamente abandonada pelo Império do Brasil, meio desgovernado depois da volta de Dom Pedro I a Portugal. 

Maragato: - Chega de filosofança, vamos ao que interessa! (Saca mais uma vez da espada encosta no pescoço do índio). Esse apavorado diz:

 Índio: - Cue isso! Índio da paz. Índios ajudá gaúcho.

Orientações:
Nesse instante entram em pé de guerra ANITA GARIBALDI e MANUELA DE PAULA FERREIRA. Quando ambas enxergam  GIUSEPPE GARIBALDI, correm em direção ao amado e Anita diz:

Anita: -Meu grande heroi! O que te aconteceu?Você está bem? Não está machucado?

Manuela: - Amado meu, quantas saudades! Quero te dizer que estou disposta a te acompanhar na guerra.

Maragato: - Ala puxa tchê! Soi mui macho! (Puxa as calças bem pra cima e olha em direção do público), diz:

Maragato: - São chinas de se apresentar pra mãe.

Orientações:
 O maragato, o padre, o índio, as mulheres, todos, Ouvem um barulho de tiro e não demora entra Bento Gançalves com um escravo sendo empurrado, preso em cordas.

Escravo: - Mas que pago que eu me meti! Padre assalve esse filho de Deus!

Bento: -Buenas, como estás aqui vivente? Afastado do reboliço? Rodeado de tanto povo. Parece festa de igreja!
Padre: - Devagar companheiro! Não ofenda o veio das alturas!

Maragato: - O que o futuro presidente da província vai fazer com esse tubicuera?

Bento: -Vai pra frente da guerra, junto com esse selvagem aí padre. Vamos botar esses viventes  só pra vê se são bons de briga!

Orientações:
Nesse instante entra em cena, às escondidas dois inimigos caramurus. Armados e dispostos a enfrentar os revolucionários. Acontece uma luta de espadas e armas.

Bento grita: -Buenas tchê! Agora, quero ver como se lambe um fio de espada.

Maragato:- Pois te digo patrão, os homens tem armas de munição! São valentes.

Bento: - Se afastem mulheres. Padre,se amoite atrás de mim, com cuidado (Fala delicadamente). Venha cá seus desgraçados, vão na frente (Puxa o escravo e o índio e ainda empurra-os com a espada).

Orientações:
Nesse instante, toca-se um o hino rio-grandense e acontece o enfrentamento. Lutas de espadas e espingardas, até que são mortos o índio e o escravo, caem em campo de batalha! O padre se atravanca em rezas, de joelhos. Anita vai ajudar o Maragato Giuseppe e mata um paulista e o outro é ferido por Bento. A Manuela fica escondida, com medo da morte.








NARRADOR: - Paz do Poncho Verde
Por fim, a 1.º de Março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho Verde ou Paz do Poncho Verde, após quase dez anos de guerra que teria causado 47829 mortes. Entre suas principais condições estavam o perdão pleno aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no exército piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas.
Dos escravos sobreviventes, alguns acompanharam o exército do general Antônio Neto em seu exílio no Uruguai, outros foram incorporados ao exército Imperial e muitos foram vendidos novamente como escravos no Rio de Janeiro.


LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR: ELEMAR GOMES


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