14 de jun. de 2015

AULA ESPECIAL PARA O SEXTO ANO - TURMA 63

PARÁFRASE
A Paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e objetivo aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da própria língua.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

paródia é uma releitura cômica de alguma composição literária , que frequentemente utiliza ironia e deboche. Ela geralmente é parecida com a obra original, e quase sempre tem sentidos diferentes.

LEIA OS EXEMPLOS:


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar �sozinho, à noite�
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Primeiros cantos (1847)
 

 
CANÇÃO DO EXÍLIO PARÓDIA

Poema

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossos campos tem mais flores."
(Canção do exílio - Gonçalves Dias, poeta romântico brasileiro)
A paródia de Oswald de Andrade:
"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá"
Reparem que "palmares", na verdade trata-se do Quilombo dos Palmares, ou seja, a expressão do nacionalismo crítico do movimento modernista brasileiro da vertente Pau-Brasil.

No Meio do Caminho
Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei desse acontecimento
que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no
meio do caminho
no meio do caminho
tinha uma pedra


No Meio do Caminho

Deise Konhardt Ribeiro

No meio do caminho tinha um fusquinha 
tinha um fusquinha no meio do caminho 
tinha um fusquinha
no meio do caminho tinha um fusquinha.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na ida de minhas noitadas tão agitadas.
Nunca me esquecerei
que no meio do caminho
tinha um fusquinha
tinha um fusquinha no
meio do caminho
no meio do caminho
tinha um fusquinha.

Primeiro Ato
Gilberto Scarton

Sem professor. Sem aula. Sem provas.
Sem notas. Sem computador. Sem dom.
Sem queda. Sem inspiração.
Sem estresse!
Só tu.
Tu e tu. Tu e o texto. Tu e a folha em branco.
Que impassível espera ser preenchida, para entretecer
contigo a teia de palavras que liga todas as dimensões de
tua existência, nesta travessia de comunicação de ti para
contigo, de ti para o outro.
Sem.
Só tu.
Com teu ritmo. Com tua pulsação. Com paixão.
Na aventura do cotidiano. De resgatar a memória.
De fecundar o presente. De gestar o futuro. Anunciando
esperanças. Denunciando injustiças. In(en)formando o
mundo com tua-vida-toda-linguagem.
Sem!
Levanta tua voz em meio às desfigurações da existência,
da sociedade, tu tens a palavra.
A tua palavra. Tua voz. E tua vez.

Primeiro Filho

Antonio Carlos Paim Terra

Sem telefone. Sem campainha. Sem cachorro.
Sem estresse. Sem vizinho. Sem tudo.
Sem nada.
Sem roupa!
Só tu.
Eu e tu. Tu e o teu corpo. Tu e o clima romântico.
Eu impassível espero por ti, para entrelaçar
contigo uma teia de carinhos que liga toda a dimensão de
nossos corpos, nesta travessia de vibrações de ti para
comigo, de mim para contigo.
Sem camisinha.
Só prazer.
Com nosso ritmo. Com minha pulsação. Com paixão.
Na aventura do cotidiano. De rasgar a tua roupa.
De fecundar o presente. De gestar o futuro. Anunciando
um bebê. Informando ao mundo
o nascimento de uma vida.
Sem preparativos!
Levemos o fato para a sociedade.
Nós temos a felicidade.
O nosso filho.
Daqui a nove meses.
Será a tua vez.

XIII

Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”



 XIII


Roberto Gaudio

“Ora (direis) ouvir os gatos! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-los, muita vez desperto
E abro os olhos, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
Seu ronronar em um dizer aberto
Conversa. E, ao vir do sol, eu fico em pranto
Ao ver como o ser humano é um deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com eles? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Meditai nesses fatos
Pois só quem pensa pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender os gatos.”





11 de jun. de 2015

ESPECIAL PARA A TURMA 83

Atividades para que vocês realizem como fixação para a avaliação. Qualquer dúvida, estou à disposição.
Bom trabalho! Vocês estão melhorando!
Vozes do Verbo
Muitos animais foram domesticados pelo homem.

Os verbos podem exprimir ação, estado ou fenômeno da natureza.
Quando ele indica ação, é possível analisar o comportamento do sujeito.

Muitos animais fogem do contato com o homem.
Muitos animais
Além de ser o sujeito, muitos animais é também quem pratica a ação de fugir.
Sujeito
Quando o sujeito pratica a ação verbal, dizemos que: Ele é sujeito agente;
1 - O verbo está na VOZ ATIVA.

Veja agora esta outra oração.
Muitos animais foram domesticados pelo homem.
Muitos animais
O termo muitos animais é o sujeito, mas, nesse caso, não pratica a ação verbal, e sim recebe essa ação.
Sujeito
Quando o sujeito recebe a ação verbal, dizemos que: Ele é um sujeito paciente;
2- O verbo está a VOZ PASSIVA.

No exemplo a seguir, temos um terceiro tipo de voz verbal.
A jovem se penteava diante do espelho.
A jovem
Quem pratica a ação de se pentear é o sujeito e quem recebe essa ação, ou seja, quem fica penteada é ela mesma. Ela faz e recebe a ação.
Sujeito
Quando sujeito pratica e também recebe a ação verbal , dizemos que : Ele é um sujeito agente e paciente;
3- O verbo está na VOZ REFLEXIVA.
Existem, portanto, três vozes verbais:
Ativa - O sujeito é agente. Os alunos chegaram cedo.
Passiva - o sujeito é paciente. A ponte foi destruída pela enchente.
Reflexiva- o sujeito é agente e paciente. Eu me vesti para festa.
1- Em que voz estão os verbos nas frases a seguir:
a- No Natal, as crianças invadem as lojas dos shoppings.
______________________________
b- A pequena praça era enfeitada por luzes coloridas.
______________________________
c- Diariamente chegava à cidade o velho trem de cargas.
_______________________________
d- Eu me machuquei com um martelo.
__________________________________________
e- São divulgados , através da TV , os resultados da loteria.
________________________________
f- As lagartas destruíram o pomar.
________________________________
g- A praia era iluminada por um lindo sol de setembro.
_________________________________
h- O ser humano criou muitos rituais religiosos.
_________________________________
i- Os alunos se abraçaram.
_________________________________
j- O lobo machucou a ovelha.
_________________________________
                       LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR: ELEMAR GOMES


9 de jun. de 2015

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Figuras de Linguagem - TURMA: 83 - IACS

FIGURAS DE LINGUAGEM – IIº BIM/2015

 
AULAS DE PORTUGUÊS – Professor: Elemar Gomes
FIGURAS DE LINGUAGEM – IIº BIM/2015
Turma:  83- Aluno:
 Recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. 

1- Figuras de som 
a) ALITERAÇÃO: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. 
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.” 
b) ASSONÂNCIA: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. 
“Sou um mulato nato no sentido lato 
mulato democrático do litoral.” 
c) PARONOMÁSIA: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. 
“Eu que passo, penso e peço.” 

2- Figuras de construção 
a) ELIPSE: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. 
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) 
b) ZEUGMA: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. 
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro) 
c) POLISSÍNDETO: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. 
“ E sob as ondas ritmadas 
e sob as nuvens e os ventos 
e sob as pontes e sob o sarcasmo 
e sob a gosma e sob o vômito (...)” 
d) INVERSÃO: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. 
“De tudo ficou um pouco. 
Do meu medo. Do teu asco.” 
e) SILEPSE: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: 
• De gênero 
Vossa Excelência está preocupado. 
• De número 
Os lusíadas glorificou nossa literatura. 
• De pessoa 
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” 
f) ANACOLUTO: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. 
A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. 
g) PLEONASMO: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. 
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”
h) ANÁFORA: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. 
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer”

3- Figuras de pensamento 
a) ANTÍTESE: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. 
“Os jardins têm vida e morte.” 
b) IRONIA: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. 
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” 
c) EUFEMISMO: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. 
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) 
d) HIPÉRBOLE: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. 
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) 
e) PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. 
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. 
f) GRADAÇÃO OU CLÍMAX: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) 
“Um coração chagado de desejos 
Latejando, batendo, restrugindo.” 
g) APÓSTROFE: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). 
“Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus!” 
4- Figuras de palavras 
a) METÁFORA: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. 
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” 
b) METONÍMIA: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: 
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) 
c) CATACRESE: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. 
O pé da mesa estava quebrado. 
d) ANTONOMÁSIA OU PERÍFRASE: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: 
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) 
e) SINESTESIA: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. 
A luz crua da madrugada invadia meu quarto. 

5- Vícios de linguagem 
A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante. 
Quando o falante se desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade, ocorrem as figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não-conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. 
a) BARBARISMO: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. 
pesquiza (em vez de pesquisa) 
prototipo (em vez de protótipo) 
b) SOLECISMO: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. 
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância) 
c) AMBIGÜIDADE OU ANFIBOLOGIA: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. 
O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?) 
d) CACÓFATO: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. 
Paguei cinco mil reais por cada. 
e) PLEONASMO: consiste na repetição desnecessária de uma idéia. 
A brisa matinal da manhã deixava-o satisfeito. 
f) NEOLOGISMO: é a criação desnecessária de palavras. 
Segundo Mário Prata, se adolescente é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele que está entre a idade adulta e a velhice. 
g) ARCAÍSMO: consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso. 
Vossa Mercê me permite falar? (em vez de você) 
h) ECO: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. 
O menino repetente mente alegremente.
i) HIPÁLAGE: É uma figura de linguagem que se caracteriza pelo desajustamento entre a função gramatical e a função lógica das palavras, quanto à semântica, de forma a criar uma transposição de sentidos. Uma das formas mais frequentes consiste na atribuição, a umsubstantivo, de uma qualidade (adjectivo) que, em termos lógicos, pertence a outro.
j)HIPÉRBATO:(do grego hyperbaton, que ultrapassa) também conhecido como inversão, é uma figura de linguagem que consiste na troca da ordem direta dos termos da oração (sujeito, verbo, complementos, adjuntos) ou de nomes e seus determinantes.
Exemplos:
a) "Aquela triste e leda madrugada" (Luís Vaz de Camões)
b) Dança, à noite, o casal de apaixonados no clube.
c) Das minhas coisas cuido eu!
l)ASSÍNDETO: é uma figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas.
a) "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas" (Graciliano Ramos)
b) Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo.