14 de jun. de 2015

IACS - TURMAS DO 7.º ANO - ESTUDO SOBRE NUMERAIS

Numeral

O numeral quantifica e posiciona os seres, ele pode ser classificado em: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.

Numeral 
Emprego dos numerais
Numeral é a palavra que quantifica seres ou indica a posição que ocupam numa determinada série.

Ex.: Eduardo comprou dois melões.
       Apenas o segundo estava doce.

Os numerais podem ser classificados em:

a) cardinal: nomeia o número de seres.
Zero, um, dois, três, quatro...
Ex.: Há dez vagas para setenta candidatos.

b) ordinal: indica a ordem que o ser ocupa numa série.
Primeiro, segundo, terceiro, quarto...
Ex.: Patrícia alugou um apartamento no segundoandar do prédio.

c) multiplicativo: exprime aumentos proporcionais de quantidade, indicando números múltiplos de outros.
Dobro, triplo, quádruplo...
Ex.: O jogador ganhou o triplo do valor da aposta.

d) fracionário: indica a diminuição proporcional da quantidade, o seu fracionamento.
Meio, metade, terço...
Ex.: Keilla tomou meio litro de refrigerante.


Flexão dos numerais:

- os numerais ordinais variam em gênero e número:
Primeiro – primeira         primeiros - primeiras
Segundo – segunda       segundos – segundas

- os numerais multiplicativos, quando atuam em funções substantivas, são invariáveis.

Fizeram o dobro do esforço.

- quando atuam em funções adjetivas, os numerais flexionam em gênero e número.

Morreu por tomar doses triplas da droga.

- os numerais fracionários sofrem flexão de gênero e número.

Comprou um terço das terras do município.
É meio-dia e meia (hora).
São pessoas de meias palavras.


Emprego dos numerais:

Na indicação de séculos, reis, papas, capítulos de obras, etc.:

- usa-se ordinal até dez:
Século VI: século sexto.
Paulo VI: Paulo sexto.

-usa-se o cardinal acima de dez:
Século XX: século vinte.
Luís XIV: Luís quatorze.

Algarismos Numerais 
romanos arábicoscardinaisordinais
I1umprimeiro
II2doissegundo
III3trêsterceiro
IV4quatroquarto
V5cincoquinto
X10dezdécimo
XI11onzedécimo primeiro
XIV14quatorzedécimo quarto
XV15quinzedécimo quinto
XIX                         19                        dezenove            décimo nono
XX20vintevigésimo
XXX30trintatrigésimo
XL40quarentaquadragésimo
L50cinquentaqüinquagésimo
LX60sessentaseptuagésimo
XC90noventanonagésimo
C100cemcentésimo
CC200duzentosducentésimo
- para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto na indicação do primeiro dia, essa é feita pelo ordinal.
Partiremos dia cinco de maio.
Partiremos dia primeiro de maio.

- ambos – ambas são considerados numerais, significam “um e outro”, são empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.

Fernando e Clarice finalmente se entenderam. Ambos agora vivem em harmonia.

- para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante.

Artigo 1.° (primeiro)
Artigo 9.° (nono)
Artigo 10 (dez)
Artigo 23 (vinte e três)

AULA ESPECIAL PARA O SEXTO ANO - TURMA 63

PARÁFRASE
A Paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e objetivo aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da própria língua.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

paródia é uma releitura cômica de alguma composição literária , que frequentemente utiliza ironia e deboche. Ela geralmente é parecida com a obra original, e quase sempre tem sentidos diferentes.

LEIA OS EXEMPLOS:


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar �sozinho, à noite�
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Primeiros cantos (1847)
 

 
CANÇÃO DO EXÍLIO PARÓDIA

Poema

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossos campos tem mais flores."
(Canção do exílio - Gonçalves Dias, poeta romântico brasileiro)
A paródia de Oswald de Andrade:
"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá"
Reparem que "palmares", na verdade trata-se do Quilombo dos Palmares, ou seja, a expressão do nacionalismo crítico do movimento modernista brasileiro da vertente Pau-Brasil.

No Meio do Caminho
Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei desse acontecimento
que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no
meio do caminho
no meio do caminho
tinha uma pedra


No Meio do Caminho

Deise Konhardt Ribeiro

No meio do caminho tinha um fusquinha 
tinha um fusquinha no meio do caminho 
tinha um fusquinha
no meio do caminho tinha um fusquinha.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na ida de minhas noitadas tão agitadas.
Nunca me esquecerei
que no meio do caminho
tinha um fusquinha
tinha um fusquinha no
meio do caminho
no meio do caminho
tinha um fusquinha.

Primeiro Ato
Gilberto Scarton

Sem professor. Sem aula. Sem provas.
Sem notas. Sem computador. Sem dom.
Sem queda. Sem inspiração.
Sem estresse!
Só tu.
Tu e tu. Tu e o texto. Tu e a folha em branco.
Que impassível espera ser preenchida, para entretecer
contigo a teia de palavras que liga todas as dimensões de
tua existência, nesta travessia de comunicação de ti para
contigo, de ti para o outro.
Sem.
Só tu.
Com teu ritmo. Com tua pulsação. Com paixão.
Na aventura do cotidiano. De resgatar a memória.
De fecundar o presente. De gestar o futuro. Anunciando
esperanças. Denunciando injustiças. In(en)formando o
mundo com tua-vida-toda-linguagem.
Sem!
Levanta tua voz em meio às desfigurações da existência,
da sociedade, tu tens a palavra.
A tua palavra. Tua voz. E tua vez.

Primeiro Filho

Antonio Carlos Paim Terra

Sem telefone. Sem campainha. Sem cachorro.
Sem estresse. Sem vizinho. Sem tudo.
Sem nada.
Sem roupa!
Só tu.
Eu e tu. Tu e o teu corpo. Tu e o clima romântico.
Eu impassível espero por ti, para entrelaçar
contigo uma teia de carinhos que liga toda a dimensão de
nossos corpos, nesta travessia de vibrações de ti para
comigo, de mim para contigo.
Sem camisinha.
Só prazer.
Com nosso ritmo. Com minha pulsação. Com paixão.
Na aventura do cotidiano. De rasgar a tua roupa.
De fecundar o presente. De gestar o futuro. Anunciando
um bebê. Informando ao mundo
o nascimento de uma vida.
Sem preparativos!
Levemos o fato para a sociedade.
Nós temos a felicidade.
O nosso filho.
Daqui a nove meses.
Será a tua vez.

XIII

Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”



 XIII


Roberto Gaudio

“Ora (direis) ouvir os gatos! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-los, muita vez desperto
E abro os olhos, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
Seu ronronar em um dizer aberto
Conversa. E, ao vir do sol, eu fico em pranto
Ao ver como o ser humano é um deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com eles? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Meditai nesses fatos
Pois só quem pensa pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender os gatos.”