Fábulas
Fábula: O Leão e o Rato
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a
correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e
preparou-se para o engolir.
- Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o
esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?
O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o
deixou partir.
Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam
oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio
para o transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se
encontrava, roeu as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
Moral da história: Não devemos subestimar os outros.
Jean de La Fontaine
Fábula: O Leão e o Rato Certo dia, estava um...
Hierarquia
Diz que um leão enorme ia andando chateado, não muito rei dos animais,
porque tinha acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas
(1).
Eis que, subitamente, o leão defronta com um pequeno rato, o ratinho
mais menor que ele já tinha visto. Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato forçava
inutilmente pra escapar, o leão gritava: "Miserável criatura, estúpida,
ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento.
Vou te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do
que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!" E soltou-o .
O rato correu o mais que pode, mas, quando já estava a salvo, gritou
pro leão: "Será que V. Excelência poderia escrever isso pra mim? Vou me
encontrar com uma lesma que eu conheço e quero repetir isso pra ela com as
mesmas palavras!" (2)
(1) Quer dizer: muitas e más.
(2) Na grande hora psicanalítica, que soa para todos nós, a precisão de
linguagem é fundamental.
MORAL: Afinal ninguém é tão inferior assim.
Autor: Millor Fernandes
Os Viajantes e o Urso
Um dia dois viajantes dera de cara com um urso. O primeiro se salvou
escalando uma árvore, mas o outro, sabendo que não ia consguir vencer sozinho o
urso, se jogou no chão e fingui-se de morto. O urso se aproximou dele e começou
a cheirar sua orelha, mas, convencido de que estava morto, foi embora. O amigo
começou a descer da árvore e perguntou:
_O que o urso estava cochichando em seu ouvido?
_Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí
viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo.
Moral da história:
A desgraça põe à prova a sincaridade e a amizade
Esopo
Os Viajantes e o Urso Um dia dois viajantes dera...
A coruja e a águia
Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
- Basta de guerra - disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice
maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
- Perfeitamente - respondeu a águia. - Também eu não quero outra coisa.
- Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os
meus filhotes.
- Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes?
- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem
feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial que não existe em
filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
- Está feito! - concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três
monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
- Horríveis bichos! - disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da
coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou
amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
- Quê? - disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstreguinhos?
Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...
MORAL:
Quem o feio ama, bonito lhe parece.
Esopo
A coruja e a águia Coruja e águia, depois de...
A Raposa e a Cegonha
A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas
sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por
brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para
ela, foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e
saiu dali com muita fome.
- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.
- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a
esta visita, você venha em breve jantar comigo.
No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o
que havia para o jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e
boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela
conseguiu foi lamber a parte externa do jarro.
- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente
no próprio estomago o que senti ontem.
(Quem com ferro fere, com ferro será ferido)
Esopo