FÁBULAS
CLÁSSICAS - Esopo
(Biografia de Esopo)
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Esopo (séc. VI a.C) foi um fabulista
grego, que teria vivido na época da idade antiga. Sua existência não foi
comprovada por nenhum documento histórico. Foi o criador do gênero fábula.
Esopo nasceu provavelmente na região
de Trácia, onde hoje se localiza a Turquia. Viajou pelo mundo, tendo passado
pelo oriente médio, Egito e Babilônia, o que teria enriquecido o gênero que
inventou.
Foi-lhe atribuído um conjunto de
pequenas estórias, onde os animais desempenhavam papéis que faziam sentido do
ponto de vista moral, ou seja, eles tomavam o lugar dos homens, mas viviam os
seus dramas comuns.
A coleção de Esopo era lida no século
V em Atenas, uma das épocas de maior efervescência cultural grega. Seus
escritos faziam parte da tradição oral, assim como as obras de Homero,Por isso,
só foram reunidas e escritas depois de 200 anos.
Os fabulistas medievais fizeram uso das
fábulas de Esopo. O monge e humanista Planúdio revisou as fábulas, que até
então, eram atribuídas a monges bizantinos por conta do teor das estórias
semelhantes ao teor moral dos evangelhos bíblicos.
Esopo inspirou muitos poetas
medievais. As suas coleções de fábulas também influenciou La Fontaine, escritor
e fabulista francês.
Segue-se
abaixo as principais fábulas de Esopo
A
Formiga e a Pomba
Uma
Formiga foi à margem do rio para beber água, e sem esperar, acabou sendo
arrastada por uma forte correnteza, estando prestes a se afogar.
Uma
Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha
e a deixa cair na correnteza perto da mesma.
Então,
subindo na folha a Formiga pode flutuar em segurança até a margem mais próxima.
Eis
que pouco tempo depois, um caçador de pássaros, escondido sob a densa folhagem
da árvore, se prepara para capturar a Pomba.
Ele,
cuidadosamente, coloca visgo no galho onde ela repousa, sem que a mesma perceba
o perigo.
A
Formiga, percebendo sua má intenção, imediatamente dá-lhe uma forte ferroada no
pé. Tomado pelo susto, ele assim deixa cair sua armadilha de visgo, e isso dá
chance para que a Pomba desperte e voe para longe, a salvo.
Moral
da História: Nenhum ato de boa vontade ou gentileza é coisa em vão.
A
Galinha e os Ovos de Ouro
Um
camponês e sua esposa possuíam uma galinha, que todo dia, sem falta, botava um
ovo de ouro.
Supondo
que dentro dela deveria haver uma grande quantidade de ouro, eles então a
sacrificam, para enfim pegar tudo de uma só vez.
Então,
para surpresa dos dois, viram que a ave, em nada era diferente das outras
galinhas.
Assim,
o casal de tolos, desejando enriquecer de uma só vez, acabam por perder o ganho
diário que já tinham assegurado.
Moral
da História: Quem tudo quer, tudo perde.
A
Mulher e sua Galinha
Uma
mulher possuía uma galinha, que todos os dias, sem falta, botava um ovo.
Ela
então pensava consigo mesma, como poderia fazer para obter, ao invés de um,
dois ovos por dia.
Assim,
disposta a atingir seu objetivo, decidiu alimentar a galinha com uma porção de
ração em dobro.
A
partir daquele dia, a galinha tornou-se gorda e preguiçosa, e nunca mais botou
nenhum ovo.
Moral
da História: O Ganancioso, cedo ou tarde, acaba por se tornar vítima de sua
própria ambição.
As
Árvores e o Machado
Um
homem foi à floresta e pediu às árvores, para que estas lhe doassem um cabo
para o seu machado novo. O conselho das árvores então concorda com o seu
pedido, e lhe ofertam uma jovem árvore para este fim.
E
logo que o homem coloca o novo cabo no machado, começa furiosamente a usá-lo, e
em pouco tempo, já havia derrubado com seus potentes golpes, as maiores e mais
nobres árvores daquele bosque.
Um
velho Carvalho, observando a destruição à sua volta, comenta desolado com um
Cedro seu vizinho:
O
primeiro passo significou a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os
direitos daquela jovem árvore, também teríamos preservado os nossos, e
poderíamos ficar de pé, ainda por muitos anos.
Autor: Esopo
Moral
da História: Quem menospreza seu semelhante, não deve se surpreender se um dia,
outros fizerem o mesmo consigo.
As
Lebres e as Rãs
As
lebres, animais tímidos por natureza, sentiam-se oprimidas com tanto
acanhamento. Como viviam, na maior parte do tempo, com medo de tudo e de todos,
frustradas e cansadas, resolveram dar um fim às suas angústias.
Então,
de comum acordo, decidiram por fim às suas vidas. Concluíram que assim
resolveriam todos os seus problemas. Combinaram então que se jogariam do alto
de um penhasco, para as escuras e profundas águas de um lago.
Assim,
quando correm para o abismo, várias Rãs que descansavam ocultas pela grama à
beira do mesmo, tomadas de pavor ante o ruído de suas pisadas, desesperadas,
pulam na água, em busca de proteção.
Ao
ver o pavor que sentiam as Rãs em fuga, uma das Lebres diz às companheiras:
Não
mais devemos fazer isso que combinamos minhas amigas! Sabemos agora, que
existem criaturas mais medrosas que nós.
Autor:
Esopo
Moral
da História: Julgar que nossos problemas são os mais importantes do mundo, não
passa de ilusão.
O
Asno, a Raposa e o Leão
O
Asno e a Raposa fizeram um acordo, onde um protegeria o outro dos perigos.
Assim entraram na floresta em busca de alimento. Não foram muito longe e logo
encontraram um Leão.xxxx A Raposa,
vendo o perigo iminente, aproximou-se do Leão e lhe propôs um acordo. Ajudaria
ele a capturar o Asno, desde que este lhe desse a sua palavra de honra, de que
ela não seria molestada.
xxxx Diante da promessa do Leão, a Raposa atrai o
Asno a uma gruta, e dizendo que ali ele estará em segurança, o convence a
entrar.
xxxx O Leão ao ver já garantido o Asno que está
encurralado na gruta, deu um bote e agarrou a Raposa. Mais tarde, quando estava
com fome, voltou e atacou o Asno.
Autor:
Esopo
Moral
da História: O falso amigo convive apenas para tirar algum proveito do outro.
Para obter êxito, usará da mentira e da deslealdade. Não respeitará sequer
aqueles que chamam de aliados. Nunca confie em concorrentes que se dizem
amigos.
O
Asno e o Velho Pastor
Um
Pastor, contemplava tranquilo seu Asno a pastar em uma verde e fresca campina.
De repente, escuta ao longe, os gritos de uma tropa de soldados inimigos, que
se aproxima rapidamente.
Então
temendo ser capturado pelo inimigo, ele suplica ao animal, que este o carregue
em seu dorso, o mais rápido que puder, para não serem aprisionados. O Asno, com
calma, lhe pergunta:
Senhor,
por que eu deveria temer o inimigo? Você acha provável que o conquistador
coloque em mim, além dos dois cestos de carga que carrego todo dia, mais outros
dois?
Suponho
que não! - Lhe responde o Pastor.
Então,
- Diz o animal - contanto que eu carregue os dois cestos que já carrego, que
diferença faz a qual senhor estarei servindo?
Autor:
Esopo
Moral
da História: Ao mudar o governante, para o servo pobre, nada muda além do nome
do seu novo senhor.
O
Boi e a Rã
Um Boi, indo beber água num charco,
acidentalmente pisa numa ninhada de rãs e esmaga uma delas.
A mãe das Rãs, ao dar pela falta de
um dos seus filhotes, pergunta aos seus irmãos o que aconteceu com ele.
Ele foi morto! Há poucos minutos
atrás, uma grande Besta, com quatro enormes patas rachadas ao meio, veio até a
lagoa e pisou em cima dele.
A mãe começa a inchar e pergunta:
__A besta era maior do que eu estou
agora?
Pare mãe, pare de inchar - Pede seu filho -
não se aborreça, mas eu lhe asseguro, por mais que tente, você explodiria antes
de conseguir imitar o tamanho daquele Monstro.
Autor:
Esopo
Moral
da História: Na maioria das vezes, as coisas insignificantes desviam nossa
atenção do verdadeiro problema.
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O
Asno em Pele de Leão
Um
Asno, ao colocar sobre seu dorso uma pele de Leão, vagava pela floresta
divertindo-se com o pavor que causava aos animais que ia encontrando pelo seu
caminho.
Por
fim encontra uma Raposa, e também tenta amedrontá-la. Mas a Raposa, tão logo
escuta o som de sua voz, exclama com ironia: “Eu certamente teria me assustado,
se antes, não tivesse escutado o seu zurro.”
Autor:
Esopo
Moral
da História: Um tolo pode se esconder por trás das aparências, mas suas
palavras acabarão por revelar à todos quem na verdade ele é.
O
Cachorro e Sua Sombra
Um cachorro, que carregava na boca um
pedaço de carne, ao cruzar uma ponte sobre um riacho, vê sua imagem refletida
na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de outro cachorro, com um
pedaço de carne maior que o seu.
Então, ele deixa cair no riacho o
pedaço que carrega, e ferozmente se lança sobre o animal refletido na água,
para tomar a porção de carne que julga ser maior que a sua.
Agindo assim ele perdeu a ambos.
Aquele que tentou pegar na água, por se tratar de um simples reflexo, e o seu
próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza levou para longe.
Autor:
Esopo
Moral
da História: É um tolo e duas vezes imprudente, aquele que desiste do certo
pelo duvidoso.
O
Carvalho e os Juncos
Um grande carvalho, ao ser arrancado do
chão pela força de forte ventania, rio abaixo é arrastado pela correnteza.
Levado pelas águas, ele cruza com alguns Juncos, e em tom de lamento exclama:
“Gostaria de ser como vocês, que de tão esguios e frágeis, não são de modo
algum afetados por estes fortes ventos.”
E eles responderam: “Você lutou e
competiu com o vento, por isso mesmo foi destruído. Nós ao contrário, nos
curvamos, mesmo diante do mais leve sopro da brisa, e por esta razão
permanecemos inteiros e a salvo. “
Autor:
Esopo
Tornar-se
flexível é a base da superação das crises!
Moral
da História: Para vencer os mais fortes, não devemos usar a força, mas antes
disso, inteligência e humildade.
O
Cavalo e o Seu Tratador
Um zeloso empregado de uma cocheira, costumava
passar dias inteiros limpando e escovando o pelo de um cavalo que estava sob
seus cuidados.
Entretanto, ao mesmo tempo, roubava
os grãos de aveia destinados à alimentar o pobre animal, e os vendia para obter
lucro.
Então o cavalo se volta para ele e
diz:
__ Acho apenas que se o senhor de
fato desejasse me ver em boas condições, me acariciava menos e me alimentava
mais.
Autor:
Esopo
Moral
da História: Devemos desconfiar daqueles que vivem se gabando e fazendo questão
de demonstrar publicamente suas próprias virtudes.
O
Cego e o Filhote de Lobo
Um Cego de nascença possuía a
habilidade de distinguir diferentes animais, apenas tocando-os com suas mãos.
Trouxeram-lhe então um filhote de
Lobo, e colocando-o em seu colo, pediram que o apalpasse e depois descrevesse
que animal seria aquele.
Ele correu as mãos sobre o animal,
e estando em dúvida, comentou:
__ Eu com certeza não sei se isto
é o filhote de uma Raposa ou o filhote de um Lobo; mas de uma coisa eu tenho
certeza, ele jamais seria bem vindo dentro de um curral de ovelhas.
Autor:
Esopo
Moral
da História: As más tendências são mostradas já na primeira infância.
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O
Galo e a Pedra Preciosa
Um Galo, que procurava no terreiro,
alimento para ele e suas galinhas, acaba por encontrar uma pedra preciosa de
grande beleza e valor. Mas, depois de observá-la por um instante, comenta
desolado:
Se ao invés de mim, teu dono tivesse
te encontrado, ele decerto não iria se conter diante de tamanha alegria, e é
quase certo que iria te colocar em lugar digno de adoração. No entanto, eu te
achei e de nada me serves. Antes disso, preferia ter encontrado um simples grão
de milho, ao invés de todas as jóias do Mundo!
Autor:
Esopo
Moral
da História:
A
necessidade de cada um é o que determina o real valor das coisas.
O
Galo de Briga e a Águia
Dois galos estavam disputando em
feroz luta, o direito de comandar o galinheiro de uma chácara. Por fim, um põe
o outro para correr e é o vencedor.
O Galo derrotado afastou-se e foi
se recolher num canto sossegado do galinheiro.
O vencedor, voando até o alto de um
muro, bateu as asas e exultante cantou com toda sua força.
Uma Águia que pairava ali perto,
lançou-se sobre ele e com um golpe certeiro levou-o preso em suas poderosas
garras.
O Galo derrotado saiu do seu canto,
e daí em diante reinou absoluto livre de concorrência.
Autor:
Esopo
Moral
da História: O orgulho e a arrogância é o caminho mais curto para a ruína e o
infortúnio.
O
Gato e o Galo
Um gato, ao capturar um galo,
ficou imaginando como achar uma desculpa, qualquer que fosse, para justificar o
seu desejo de devorá-lo.
Acusou ele então de causar
aborrecimentos aos homens, já que cantava à noite e não deixava ninguém dormir.
O galo se defendeu dizendo que
fazia isso em benefício dos homens, e assim eles podiam acordar cedo para não
perder a hora do trabalho.
O gato respondeu; "Apesar de
você ter uma boa desculpa eu não posso ficar sem jantar." E assim comeu o
galo.
Autor:
Esopo
Moral
da História: Quem é mau caráter, sempre vai achar uma desculpa para tornar
legítimas suas ações.
O
Ladrão e o Cão de Guarda
Um ladrão veio à noite para assaltar uma
casa. Ele trouxe consigo vários pedaços de carne, para que pudesse acalmar um
feroz Cão de Guarda que vigiava o local. A carne serviria para distraí-lo, de
modo que não chamasse a atenção do seu dono com latidos.
Assim que o ladrão jogou os pedaços de
carne aos pés do cão, disse-lhe então o animal: “Se você estava querendo calar
minha boca, cometeu um grande erro. Tão inesperada gentileza vinda de suas
mãos, apenas serviram para me deixar ainda mais atento. Sei que por trás dessa
cortesia sem motivo, você deve ter algum interesse oculto, de modo a beneficiar
a si mesmo e prejudicar o meu dono. “
Autor:
Esopo
Moral
da História: Gentilezas inesperadas é a principal característica de alguém com
más, ou segundas intenções.
O
Leão Apaixonado
Um Leão pediu a filha de um
lenhador em casamento. O Pai, contrariado por não poder negar, já que o temia,
viu também na ocasião, um excelente modo de livrar-se de vez daquele incômodo.
Ele disse que concordaria em tê-lo como genro,
mas com uma condição; Este deveria deixar-lhe arrancar suas unhas e dentes,
pois sua filha tinha muito medo dessas coisas.
Feliz da vida o Leão concordou.
Feito isso, ele tornou a fazer seu pedido, mas o lenhador, que já não mais o
temia, pegou um cajado e expulsou-o de sua casa. Assim, vencido, ele retornou à
floresta.
Autor:
Esopo
Moral
da História:
I)
O amor é capaz de amansar a mais selvagem criatura.
II)
Todos os problemas, quando examinados de perto, acabam por revelar sua solução.
O
leão e o rato
Um
Leão dormia sossegado, quando foi despertado por um Rato, que passou correndo
sobre seu rosto. Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, ao
que o Rato suplicou: “Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia
poderia retribuir sua bondade. Rindo por achar ridícula à idéia, assim mesmo,
ele resolveu libertá-lo.”
Aconteceu que, pouco tempo
depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Preso ao chão,
amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.
O Rato, reconhecendo seu rugido,
se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:
__ O senhor riu da simples idéia
de que eu seria capaz, um dia, de retribuir seu favor. Mas agora sabe, que
mesmo um pequeno Rato é capaz de fazer um favor a um poderoso Leão.
Autor:
Esopo
Moral
da História: Nenhum ato gentileza é coisa vã. Não podemos julgar a importância
de um favor, pela aparência do benfeitor.
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O
leão e os três touros
Três touros, amigos desde
longa data, pastavam juntos e tranqüilos no campo.
Um Leão, escondido no mato,
espreitava-os na esperança de fazer deles seu jantar, mas receava atacá-los
enquanto estivessem em grupo.
Finalmente, por meio de ardilosas e
traiçoeiras palavras, ele conseguiu criar entre eles a discórdia e separá-los.
Assim, tão logo eles pastavam
sozinhos, atacou-os sem medo algum, e um após outro, foram sendo devorados
sempre que sentia fome.
Autor:
Esopo
Moral
da História: União é força.