Classes gramaticais: verbos
Os verbos são, como os substantivos, uma das classes gramaticais mais importantes da nossa língua. O interessante é que não é nem um pouco difícil reconhecê-los! Na verdade, é bem fácil.
Vamos ver:
Costumamos dizer que os verbos são as ações, mas isso é um pouco impreciso. Os verbos são as palavras que dão o nome das ações, e têm umas características muito particulares, como, por exemplo, são a única classe de palavras que permite conjugação! E o que quer dizer conjugação? Quer dizer que se altera o modo de dizer conforme esteja relacionado a um desses pronomes: eu, tu, ele, nós, vós, eles, e também quanto ao modo e ao tempo!
Como assim????
Assim:
Quando eu digo maçã, não muda nada se é uma maçã em relação a mim, a ti ou a ele. A palavra maçã continua sempre a mesma! Por exemplo: Eu tenho uma maçã. E se trocássemos por Tu? Tu tens uma... maçã. E ele? Ele tem uma... maçã!
Como vimos em uma aula anterior, os substantivos (e maçã é um substantivo) se alteram conforme número, gênero (nem todos) e grau. Mas eles não se alteram conforme a pessoa. Já os verbos...
Os verbos se modificam conforme a pessoa! Por quê? Porque sendo "ações", a gente sempre modifica o modo de falar dependendo de quem "exerceu a ação". Vamos ver um exemplo:
Eu estou com frio. Ela está com frio. Nós estamos com frio. => mudou alguma coisa, né? A mudança tem a ver com a pessoa "de quem se fala", seja eu, ela ou nós. Então, o verbo aí nessas frases é o estar!
Isso é o princípio básico para entendermos os verbos.
Depois disso, temos de observar que eles se alteram conforme o tempo e o modo.
O tempo, basicamente, é a divisão em passado, presente e futuro (com suas variantes). Então, eu posso dizer: Eu corro (e isso é agora, ou seja, o presente), Eu corria (isso foi antes, quer dizer, no passado), Eu correrei (isso é amanhã ou no ano que vem, isto é, no futuro).
Daí, temos de saber em que modo esse verbo está conjugado, se indicativo, subjuntivo ou imperativo.
Indicativo quer dizer o quê? Que indica, não parece? Vamos dizer que é o que indica com mais certeza o tempo em que ocorrem os acontecimentos.
No modo indicativo, temos os seguintes tempos: presente, pretéritos e futuros.
- O presente é só de um jeito: nos apresenta uma "ação" que ocorre agora, como, por exemplo: Eu digito, tu lês.
- Os pretéritos são os diferentes tipos de passado. Ué, mas não existe só um passado? Não, não! Existem alguns, que são:
1. Pretérito perfeito: indica uma ação que ocorreu e já acabou mesmo, definitivamente. Por exemplo, se eu digo que eu li um livro, isso quer dizer que eu li mesmo, e já terminei de ler. Acabou a leitura! Pronto, está lido. A mesma coisa se eu digo que "ele leu". Leu e pronto.
2. Pretérito imperfeito: indica uma ação que acontecia com certa regularidade no passado. Não é uma ação assim tão pronta, tão acabada num momento. Se eu digo, por exemplo, que eu lia um livro, isso é diferente de dizer que eu li o livro. Sabe por quê? Porque em vez de eu ter lido e ponto final, havia um livro que eu costumava ler, então eu digo que é um livro que eu lia. Ou então, com outro verbo: Ela dançavaem Las Vegas. Quer dizer que a criatura foi lá, dançou uma vez e foi embora? Não!Quer dizer que durante um período de sua vida, ela costumava dançar em Las Vegas, mas agora não dança mais. Acabou, mas só depois de um certo tempo.
3. Pretérito mais-que-perfeito: é uma das coisas antigas da gramática que insistem em manter! Afff. Ninguém usa, mas vamos lá! É assim: é um passado que ocorreu antes de um passado mais próximo do tempo em que eu
falo. Affff de novo! Assim: "Quando ela chegou, eu já chegara". Essa frase significa a mesma coisa que dizer que "Quando ela
chegou, eu já havia chegado", mas em vez de usar dois verbos (um auxiliar e um principal), usamos só um. Então, quando vocês quiserem falar alguma coisa que aconteceu antes de outra, pensem assim, por exemplo: "Se quando ela levantou da cama eu já tinha almoçado, então, no pretérito mais-que-perfeito eu devo dizer que eu almoçara". Afff... Mas é isso.
Na postagem anterior, comentei que os verbos são conjugados conforme o modo e o tempo. Daí, apresentei o presente, o pretérito perfeito, o pretérito imperfeito e o pretérito mais-que-perfeito, todos do modo indicativo. Faltam, ainda, algumas coisas bem importantes relativas aos verbos mas, para começar, vamos terminar de ver os tempos do modo indicativo.
Assim como o passado, que se divide em três tipos diferentes, o tempo futuro também não é só de um jeito! Há, no modo indicativo, o futuro do presente e ofuturo do pretérito (lembrando que pretérito = passado). As diferenças entre um e outro não são muito complicadas.
Vamos ver:
1. Futuro do presente: Este tempo é relacionado a algo que, no momento em que falo, tenho a certeza de que farei. Por exemplo, hoje eu tenho certeza de que "escreverei sobre verbos". Isso será num futuro em relação ao momento em que falo.Em geral, a gente costuma dizer "eu vou sair", "ela vai chegar", "nós vamos dançar", não é? Pois bem, essas formas compostas (verbo auxiliar + verbo principal) poderiam ser mudadas para formas simples. Assim: "eu sairei", "ela chegará", "nós dançaremos". Um jeito fácil de lembrar é que em vez de dizer "vou", a gente pode dizer "irei": "eu irei sair". Daí, a gente tira o irei da frente do verbo principal e "gruda" ele no final do verbo: "eu sairei".
2. Futuro do pretérito: Pode parecer esquisito pensar em um "futuro do passado", mas até que é um tempo verbal que faz muito sentido! A ideia desse tempo é dizer que já passou o tempo em que eu poderia ter feito algo. Vamos comparar com o futuro do presente num exemplo:
Uma amiga encontra a outra na rua:
- Oi, Rúbia! Tudo bem? Pensei que você tinha viajado (= viajara)!
- Ah, eu ia viajar (= viajaria), mas acabei desistindo.
- Mas não quer mais?
- Quero, sim. E vou viajar (= viajarei), mas só daqui a uns meses.
Tá, então vejamos: Na fala da Rúbia, ela diz que "ia viajar". Quer dizer que, num passado, ela tinha tudo planejado para uma viagem, que acabou não acontecendo. Esse "ia viajar" é como dizer "viajaria se...". Falar assim é falar no futuro do pretérito! Depois, a Rúbia diz que "vai viajar", ou seja, ela viajará num futuro que ainda não chegou, um futuro em relação ao momento em que ela fala. Esse é o futuro do presente!
Dá para pensarmos no futuro do pretérito como sendo algo que faríamos caso houvesse as condições adequadas para isso. Mais exemplos:
- Eu não me arrependo! Faria tudo de novo (faria... se pudesse!).
- Pois eu terminaria de ler aquele livro (terminaria... se pudesse!).
- Jamais pintaria meu cabelo novamente ((não) pintaria... se pudesse!).
R E C A P I T U L A N D O...
A classe gramatical dos verbos é a que nomeia as ações, mesmo as que não são tão ativas assim (como sonhar, dormir).
Os verbos são a única classe de palavras que varia conforme modo e tempo.
O primeiro modo verbal é o modo indicativo.
O modo indicativo abrange seis tempos verbais: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
O tempo presente é relacionado ao agora: Eu falo.
Os pretéritos são todos passados, e há algumas diferenças entre eles:
•
O pretérito perfeito é um passado que aconteceu e se encerrou.
•
O pretérito imperfeito é um passado que aconteceu durante um certo período de tempo.
•
O pretérito mais-que-perfeito é um passado que aconteceu antes do pretérito perfeito.
Os futuros são dois:
•
O futuro do presente é o que fala de algo que acontecerá num futuro em relação ao momento do agora.
•
O futuro do pretérito é algo que aconteceria num futuro, caso houvesse as condições necessárias para isso (se...).
•
LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR: ELEMAR GOMES ACESSE: www.aulasdaminhavida.com.br