AULA DE PORTUGUÊS – PROFESSOR: ELEMAR GOMES – ESTA AULA ESTÁ NO BLOG
TIPOS DE TEXTOS
A- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Para ler
e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: Informativa e de
reconhecimento.
Interpretativa.
A
primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto,
extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante
a interpretação grife-se palavras-chave,
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia-central de cada
parágrafo.
Retorne
ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior
para ter ideia do sentido global proposto pelo autor.
ORGANIZAÇÃO
DO TEXTO E IDEIA CENTRAL
Um texto
para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos
parágrafos que é composto pelo conteúdo central, argumentação e/ou
desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos
desenvolver um parágrafo de várias formas:
î Declaração inicial;
î Definição;
î Divisão;
î Alusão histórica.
Serve
para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um
espaçamento da margem esquerda.
Uma das
partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central
extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se
para o foco principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará
à compreensão do texto.
B- OS TIPOS DE TEXTO
Basicamente
existem seis tipos de texto:
î Texto descritivo;
î Texto narrativo;
î Texto dissertativo;
î Texto poético;
î Texto informativo ou jornalístico;
î Texto injuntivo ou publicitário;
Cada um
desses textos possui características próprias de construção. Vejamos:
1- TEXTO DESCRITIVO
O emissor
capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos
lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é
indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.
2- TEXTO NARRATIVO
Narrar é
falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo
episódios, acontecimentos.
A
narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a
segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto
narrativo.
O
indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma
série de perguntas:
1
Quem
participa nos acontecimentos? (personagens);
2
O que
acontece? (enredo);
3
Onde e
como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
4
Fazemos
um texto narrativo com base em alguns elementos:
5
O quê? -
Fato narrado;
6
Quem? –
personagem principal e o anti-herói;
7
Como? – o
modo que os fatos aconteceram;
8
Quando? –
o tempo dos acontecimentos;
9
Onde? –
local onde se desenrolou o acontecimento;
10
Por quê?
– a razão, motivo do fato;
11
Por isso:
- a conseqüência dos fatos.
No texto
narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento
principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as
personagens.
Deve
haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
A seguir
um exemplo de texto narrativo:
Toda a
gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na
vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o
chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente
erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as
pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão,
trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso
apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal. (Um certo capitão Rodrigo – Érico
Veríssimo)
A relação
verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A
narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco
narrativo.
Quando o narrador participa dos acontecimentos
diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Exemplo:
Parei
para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma
tristeza no seu olhar e perguntei:
-
Compadre por que tanta tristeza?
Ele me
respondeu:
-
Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.
Há tanto
tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos.
Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de
intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
Exemplo:
O jogo
estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais
eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou
uma penalidade máxima.
O técnico
chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor
do time.
Neco
dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não
teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.
Aos
quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o
centro do campo e encerrou a partida.
FORMAS DE DISCURSO
·
Discurso
direto;
·
Discurso
indireto;
·
Discurso
indireto livre.
1
DISCURSO
DIRETO
É aquele
que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos
enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego
de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se
os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
Exemplo:
O juiz
disse:
- O réu é
inocente.
2
DISCURSO
INDIRETO
É aquele
reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu
de outra pessoa.
No
discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que,
se, como, etc.
Exemplo:
O juiz
disse que o réu era inocente.
3
DISCURSO
INDIRETO LIVRE
É aquele
em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se
de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
Exemplo:
Sinhá
Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante.
Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou
que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos)
3-
TEXTO DISSERTATIVO
Em muitas situações somos
induzidos a organizar nossos pensamentos e idéias e utilizar a linguagem para
dissertar.
Mas
o que é dissertar?
Dissertar é, por meio da
organização de palavras, frases e textos, apresentar idéias, desenvolver
raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento temos a
oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos utilizando-se da
fundamentação, justificação, explicação, persuasão e de provas.
A elaboração de textos
dissertativos requer domínio da modalidade escrita da língua, desde a questão
ortográfica ao uso de um vocabulário preciso e de construções sintáticas
organizadas, além de conhecimento do assunto que se vai abordar e posição crítica
(pessoal) diante desse assunto.
A atividade dissertativa
desenvolve o gosto de pensar e escrever o que pensa, de questionar o mundo, de
procurar entender e transformar a realidade.
4- TEXTO POÉTICO
Sabemos que a poesia é
estado da alma, é o despertar da subjetividade, revelando sentimentos e emoções
vividas pelo poeta. Mas será que
estamos preparados para entender a essência da mensagem como um todo?
O texto
realmente fez diferença, ou não passou de meras palavras?
Há muito o que descobrir por trás de
uma simples estrofe e de um simples verso, pois na maioria das vezes o objetivo
do poeta é fazer um denúncia , é criticar algo relacionado ao contexto social,
e, somente iremos decifrar tudo isso através do nosso conhecimento de
mundo.Esta é a chamada "Análise do Discurso", através dela conseguimos desvendar a
intencionalidade do autor e fazer com que a leitura de um modo geral, nos faça
sentido.
Vejamos agora um poema de Ulisses Tavares, o qual retrata muito bem esta questão:
Além da Imaginação
Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina
entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina
entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina
entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
E não é o desalento que você imagina
entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina
entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina
entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina
entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece
imaginação
(Ulisses Tavares. São Paulo, Brasiliense, 1984.)
Vejamos agora um poema de Ulisses Tavares, o qual retrata muito bem esta questão:
Além da Imaginação
Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina
entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina
entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina
entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
E não é o desalento que você imagina
entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina
entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina
entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina
entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece
imaginação
(Ulisses Tavares. São Paulo, Brasiliense, 1984.)
Através do mesmo, podemos identificar uma verdadeira
crítica às mazelas da sociedade, fazendo referência principalmente à
desigualdade que tanto assola o nosso país atualmente. E se formos analisar o
título- “imaginação” iremos identificá-lo com tudo o que foi dito
anteriormente, haja visto que o real significado da palavra vai além do que ele
literalmente representa.
5-
TEXTO JORNALÍSTICO OU INFORMATIVO
A
nomenclatura dos textos normalmente é dada de acordo com as suas características
e seus objetivos específicos de comunicação. Genericamente chamamos os textos
que se apresentam nos jornais de “matéria”. Normalmente esses textos têm
caráter informativo. As informações são apresentadas em ordem decrescente de
importância ou relevância, seguindo assim o uma técnica chamada pirâmide
invertida. Ou seja, a base do texto (conteúdo mais importante) fica em cima e o
ápice (conteúdo mais superficial) embaixo.
6-TEXTO
INJUNTIVO OU PUBLICITÁRIO
·
que
seja visto
·
que
seja lido
·
que
seja confiável
·
que
seja recordado
·
que
provoque a ação do comprador
Na
linha da concretização destas características surgiram algumas funções da
publicidade como as de captar a atenção, manter o interesse, despertar o desejo
e provocar a ação. Com a sua definição, avançou-se para a motivação
subconsciente do consumidor, orientando-a para os instintos e sentimentos. Com
a televisão e, mais recentemente, com a informática, a criatividade
publicitária descobre, constantemente, novos elementos, formas e técnicas para
induzir e moldar a vontade do consumidor, que se convence das vantagens de um
produto, mesmo que este não esteja dentro das suas necessidades de aquisição.
Como
tipo de texto, a publicidade assenta num modelo de discurso rápido, eficaz,
sugestivo e persuasivo. Pode surgir nos mais diversos meios, como a televisão,
a rádio, a imprensa escrita, os painéis (outdoors), a Internet, os folderes, os
catálogos ou os transportes.
Para
chamar e prender a atenção do potencial consumidor, a publicidade desenvolveu
um processo de sedução através da linguagem escolhida, das imagens selecionadas
e dos fundos musicais utilizados.