Língua portuguesa – Professor: Elemar Gomes - COMPORTAMENTO
Uma linda história de
amor... Com o celular
Aparelhos telefônicos são os companheiros inseparáveis da gurizada
Da Redação - 13/9/2012 - 09:30
Sapiranga - Acordar, estudar, comer, dar banda, viajar
na Internet, assistir TV e dormir, tudo isso com um companheiro inseparável:
ele, o celular! Quem nunca esqueceu o aparelhinho por um dia e passou o tempo
todo na angústia pensando nas milhares de mensagens e chamadas perdidas?
Praticamente sem vida social, às margens de todas as atualizações bombásticas?
OMG!!!! Não basta estar conectado e ter um telefone à mão, a gurizada quer se
manter onipresente.
No caso do estudante Felipe Rocha, 14
anos, a função já começa cedo, às 6 horas quando ele levanta para ir ao
colégio, e só vai parar na hora em que volta para a cama. Felipe é tão
ligadinho que já conseguiu mandar cerca de 4 mil mensagens em um mês - e isso
que nem estamos somando os recados nas redes sociais, que ele também acessa
pelo celular. Mas de onde tanto assunto? "Sempre tem, a gente faz muitas
amizades assim", conta, revelando que até já conheceu uma namorada por
troca de mensagens.
Felipe diz que deixa o celular ligado na hora de
dormir e confessa que não consegue ficar desconectado. Assim também é sua
colega Sarah Lopes, 15 anos, que tem uma média de 150 a 200 mensagens por dia –
haja bônus das operadoras de telefonia para manter tudo isso! "A pior
parte é quando acaba o crédito". Está achando que os dois amigos mandam
recados um para o outro? Bem capaz. O lance deles é fazer novas amizades.
"Conversar com pessoas que a gente não conhece é mais tri", diz Sarah
- até porque ela fica muuuito braba quando manda toda uma história para Felipe
e a única coisa que ele responde é um "mmm, legal!". "Não é por
mal, é que não tenho o que dizer e achei legal", se justifica o amigo. Mas
não há problema, é só ir puxar papo com outro que tudo se resolve. Desde que a
resposta venha rápido.
O pior é que essas novas amizades que eles procuram
às vezes ficam apenas no celular. Sarah e Felipe contam que tem a galera que
puxa papo, mas na rua nem cumprimenta e também quem exagera na sinceridade na
mensagem e pessoalmente nem abre o bico. Para a psicologa Andréia Reis, que faz
parte do Núcleo de Atendimento Psicológico (NAP) de Novo Hamburgo, isso é até
normal para uma geração que se criou no meio tecnológico. "Eles aprenderam
a se comunicar através da tecnologia, então é muito mais fácil falar
assim".
Mas não dá pra passar os dias em função do celular,
né? É muito divertido, mas tem que saber manter um equilíbrio. "Ficar o
tempo todo ligado, deixando de fazer outras atividades, pode provocar
dificuldades de se relacionar de forma presencial, isolamento e por vezes a
criação de um mundo paralelo, virtual. Também há o tecnoestresse, causado pelo
uso excessivo da tecnologia, provocando dificuldade de concentração e
ansiedade". Sim, pode não parecer real, mas existe vida além do celular.
Go ahead!
Namoro e amizade nas teclas
Nessa de fazer tudo com o celular, rola até pedido
de namoro na jogada, como aconteceu com a estudante Manuela Bastos Cardoso, 13
anos, que recebeu uma mensagenzinha toda cheia de chamego com uma proposta. É
claro que ela não respondeu. "Ele nem teve coragem de vir falar
pessoalmente, se quisesse mesmo viria". O colega e amigo Felipe Rocha
tenta justificar a atitude do cara que fez o pedido. "É que homem tem que
se declarar pra essas coisas, daí se aperta. É mais fácil assim, se fosse olho
no olho seria mais difícil", afirma, defendendo a ala masculina. O colega
Lucas Trevizani, 15, concorda: "Às vezes dá certo". Para a
psicológica Andréia, o que os guris enxergam como problema - de achar
complicado fazer qualquer pedido pessoalmente - ocorre por causa do aumento de
independência, segurança e grau de exigência das gurias. "Isto vale para o
mundo adulto também, as mulheres estão tomando iniciativa, e os homens não
sabem lidar com isso".
A estudante Sarah Lopes diz que não recebeu ou fez
nenhum pedido de namoro, mas que já apelou para as mensagens para pedir
desculpas a uma amiga, antes que uma briga boba virasse coisa séria.
"Porque tu tens medo que pessoalmente acabe brigando, então resolver por
mensagem é mais fácil".
Só na mensagem
Felipe Rocha, Manuela Bastos Cardoso, Sarah Lopes e
Lucas Trevizani são colegas no 8o ano do Instituto Estadual Coronel Genuíno
Sampaio, de Sapiranga. Os quatro vivem com o celular grudado e confessam que
não saberiam viver sem o aparelho, que também tem um lugar especial no ladinho
da cama quando essa galera vai dormir. Só o Felipe já chegou a mandar 4 mil
mensagens em um mês. "E isso que nem tenho namorada." "É, ele
gasta mais trovando as gurias", brinca Sarah. A turma só não está com
celular na mão à mesa com a família e na hora de conversar com os pais.
"Senão eles só ficam reclamando."
Na escola não rola
Tudo muito legal, muito bonito ficar
mandando mensagem o dia inteiro, mas na sala de aula não rola, né? Na escola da
Sarah, da Manuela, do Felipe e do Lucas quem estiver mexendo no aparelho no
meio das explicações tem o telefone recolhido. Na primeira vez, pode pegar o
celular na diretoria na saída, mas se acontecer de novo só os pais podem
retirar, e não tem chorumelas. "A gente só usa na troca de professores,
para não ficar sem".
Jovens e celular
Os jovens estão entre os maiores consumidores de
linhas de telefone do Brasil. Segundo estudo da Serasa Experian, este grupo
representava 19,8% das vendas de telefonia móvel e 25,5% de telefonia fixa no
País em 2011. Entre os motivos para o resultado, o órgão responsável pela
pesquisa aponta o aumento da formalização da gurizada no mercado de trabalho e
a popularidade dos aparelhos celulares. "Além de terem maior estabilidade
no emprego, os jovens passam a contar com um comprovante oficial de renda, o
que estimula e facilita o acesso em mercados específicos como o de crédito e
telefonia", afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian e
Experian América Latina.
Foto: Gabriela da Silva/GES-Especial
QUESTÕES
REFERENTES AO TEXTO ACIMA:
1.
Apresente a sua leitura (entendimento,
opinião), dizendo sobre o que conta, qual é seu tema, assunto, enfim, o que
acontece de tão interessante nesse texto dissertativo?
2. Apresente
as relações que a dissertação evidencia com a realidade (hoje).
3. A
partir do texto, responda:
a)
O quê acontece?
b)
Quando acontece?
c)
Onde acontece?
d)
Como acontece?
e)
Por que acontece?
4. Apresente
as vantagens e as desvantagens do uso do celular na escola.
5. DIVIDEM-SE
EM 5 GRUPOS E FAÇA UM CARTA (FOLHA DE OFÍCIO) ORIENTANDO OS ALUNOS DA ESCOLA
SOBRE O USO INTELIGENTE DO CELULAR.RECORTE EM REVISTAS IMAGENS BONITAS DE
CELULAR.
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