09/05/2025

Produção textual: turma 172 -

                                                                 O DIA INESQUECÍVEL 



     Em um certo dia, o professor de educação física resolveu fazer um campeonato de futebol na escola onde trabalhava. Esse campeonato teria uma premiação para os ganhadores.

    O campeonato começou , a primeira partida foi entre as duas turmas do sétimo com o nosso time ganhando de 3X1. No segundo jogo enfrentamos o sexto ano, o sétimo passou fácil de 6X0 a semi final foi contra o oitavo ano , o jogo estava empatado em 1X1. até que o sétimo tem uma falta para cobrar na entrada da érea! O jogador chutou direto e fez o gol da vitória.

    A final foi contra o nono ano , o primeiro tempo acabou 3X0 para o nono, mas no segundo tempo o sétimo fez 1 gol. Na metade do segundo tempo o sétimo fez mais um gol ,e no final o sétimo tem um pênalti para bater. O jogador bate e faz o gol o jogo acaba 3X3. A decisão vai para os pênaltis e o sétimo ganha o jogo e se torna campeão daquele ano.




Pseudônimo: Cristiano Junior Messi 172

PRODUÇÃO TEXTUAL: CRÔNICA - TURMA 181

 

TAREFA: PRODUZIR UMA CRÔNICA

Título: A herança

    Desde pequeno eu via meu avô lendo aquele livro grosso. De cap
a dura, azul e ficava imaginando: por que é que o avô nunca acaba de ler esse livro? Será que alguém obrigou o coitado? Será que ele não sabe ler direito? Será que o livro é chato? Está escrito em outra língua? Que mistério é esse? Até que um dia, eu com meus 8 ou 9 anos, perguntei para ele:

- Avô, por que é que você nunca termina de ler esse livro? Ele me olhou com surpresa e diversão: não Léo, é que eu termino o livro e começo de novo. Termino e começo tudo de novo…

14/04/2025

O MENINO INTERPRETAÇÃO 8º ANO

 

O MENINO INTERPRETAÇÃO 8º ANO

O menino



        Vou fazer um apelo. É o caso de um menino desaparecido. 
       Ele tem 11 anos, mas parece menos; pesa 30 quilos, mas parece menos; é brasileiro, mas parece menos. 
       É um menino normal, ou seja: subnutrido, desses milhares de meninos que não pediram pra nascer; ao contrário: nasceram pra pedir. 
       Calado demais pra sua idade, sofrido demais pra sua idade, com idade demais pra sua idade. É, como a maioria, um desses meninos de 11 anos que ainda não tiveram infância. 
       Parece ser menor carente, mas, se é, não sabe disso. Nunca esteve na Febem, portanto, não teve tempo de aprender a ser criança-problema. Anda descalço por amor à bola. 
       Suas roupas são de segunda mão, seus livros são de segunda mão e tem a desconfiança de que a sua própria história alguém já viveu antes. 
       Do amor não correspondido pela professora, descobriu que viver dói. Viveu cada verso de "Romeu e Julieta", sem nunca ter lido a história. 
       Foi Dom Quixote sem precisar de Cervantes e sabe, por intuição, que o mundo pode ser um inferno ou uma badalação, dependendo se ele é visto pelo Nelson Rodrigues ou pelo Gilberto Braga. 
       De seu, tinha uma árvore, um estilingue zero quilômetro e um pássaro preto que cantava no dedo e dormia em seu quarto. 
       Tímido até a ousadia, seus silêncios gritavam nos cantos da casa e seus prantos eram goteiras no telhado de sua alma. 
       Trajava, na ocasião em que desapareceu, uns olhos pretos muito assustados e eu não digo isso pra ser original: é que a primeira coisa que chama a atenção no menino são os grandes olhos, desproporcionais ao tamanho do rosto. 
       Mas usava calças curtas de caroá, suspensórios de elástico, camisa branca e um estranho boné que, embora seguro pelas orelhas, teimava em tombar pro nariz. 
       Foi visto pela última vez com uma pipa na mão, mas é de todo improvável que a pipa o tenha empinado. Se bem que, sonhador do jeito que ele é, não duvido nada.
       Sequestrado, não foi, porque é um menino que nasceu sem resgate. 
        Como vocês veem, é um menino comum, desses que desaparecem às dezenas todos os dias. 
       Mas se alguém souber de alguma notícia, me procure, por favor, porque... ou eu encontro de novo esse menino que um dia eu fui, ou eu não sei o que vai ser de mim. 

(Chico Anysio. Disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/um-autorretrato-inedito-de-chico-anysio-4428439. Acesso em: 27/6/2014.) 


Glossário:
Caroá: tecido rústico. 
Dom Quixote: personagem da obra do escritor espanhol Miguel de Cervantes, caracterizada como sonhadora e delirante. 
Febem: sigla de Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor; hoje, Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente). 
Nelson Rodrigues: escritor e dramaturgo brasileiro. 
Gilberto Braga: autor de telenovelas brasileiro. 
Romeu e Julieta: peça teatral de William Shakespeare em que dois adolescentes são impedidos de viver o amor em razão da inimizade entre suas famílias. 

1. O texto é construído como se fosse um anúncio de busca de pessoa desaparecida. 
a) Em que trecho isso fica explícito? 
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b) Em geral, o que caracteriza um texto desse tipo? 
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2. No texto em estudo: 
a) Quais são as características do menino? 
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b) Como se trajava? Faça um levantamento do que o menino usava como vestuário. 
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c) O que fazia quando foi visto pela última vez? 
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d) Deduza: Qual era a condição social do menino? 
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3. O texto faz outras caracterizações do menino, além das físicas. 
a) Que elementos dizem respeito: 
·         - ao mundo infantil do menino? 
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·         - ao romantismo precoce?
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·         - à concepção do mundo? 
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b) Referindo-se ao menino, o narrador diz: "sonhador do jeito que ele é". Qual personagem citada no texto também é um sonhador? 
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4.Observe essas referências feitas ao menino; “é brasileiro”, “desses milhares de meninos”, “como a maioria”, “que desaparecem as dezenas”, “ sua própria história alguém já viveu antes”.
a) As palavras e expressões destacadas nesses trechos singularizam a figura do menino desaparecido, facilitando seu reconhecimento?
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b) Que efeito esse tipo de referência ao menino produz no leitor?
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5. O narrador também faz referências ao menino utilizando expressões como estas: "subnutrido", "nasceram pra pedir", "ainda não tiveram infância", "sem resgate". Que visão da infância se depreende desses trechos: feliz, bem-cuidada ou desprotegida e carente? 
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6.  Aos poucos, vai ficando claro o tema do texto e sua verdadeira intencionalidade.  
a) Qual é o tema do texto ?
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b) Apesar de o texto abordar um grave problema da realidade brasileira, ele não perde o humor. Explique como se constrói o humor nestes trechos: 

"pesa 30 quilos, mas parece menos; é brasileiro, mas parece menos" 
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"com idade demais pra sua idade" 
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"é de todo improvável que a pipa o tenha empinado"
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7. No último parágrafo há uma revelação importante para o desfecho do texto. 
a) Qual é a revelação? 
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b) Nesse sentido, o menino procurado se perdeu no espaço ou no tempo? Explique. 
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8. O narrador aponta todas as carências do menino que ele foi, mas, no final do texto, diz: "ou eu encontro de novo esse menino que um dia eu fui, ou eu não sei o que vai ser de mim". 
a) Interprete: Por que o narrador deseja encontrar o menino que ele foi? 
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b) O desaparecimento do menino deve ser visto como um fato concreto ou ele pode representar um desaparecimento no sentido figurado? Explique. 
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9. O texto "O menino" contém humor e lirismo. Contudo, além de provocar o riso e a emoção, ele também cumpre outra finalidade. Qual é ela?
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Gabarito:

1. 
a) “Vou fazer um apelo. É o caso de um menino desaparecido.”
b) A identificação da pessoa desaparecida, seguida da descrição dela, incluindo-se: vestuário e traços físicos e psicológicos. 

2.
a) Tem 11 anos, 30 quilos, é brasileiro, olhos pretos de tamanho desproporcional ao tamanho do rosto.
b) Estava descalço, usava roupas de segunda mão, calças curtas de caróa, suspensórios de elástico, camisa branca, boné. 
c) Tinha uma pipa na mão.
d) Era um menino pobre.

3.
a) 
árvore, estilingue, pássaro preto, pipa, bola.
o amor pela professora não correspondido.
a ideia de que o mundo pode ser um lugar de sofrimento ou um lugar de prazeres (inferno ou badalação). 

b) Dom quixote. 

4. a) não elas correspondem a informações genéricas que situam o menino em um grupo amplo, coletivo.
b) Produz um estranhamento inicial, seguido pelo reconhecimento de que a situação de um garoto (estar perdido sem família ou sem orientação) diz respeito a parte significativa da infância do país

5. Trata-se de uma visão de infância marcada pela carência, “desaparecida” tanto no espaço quanto na visão das autoridades e das famílias, responsáveis pelo bem-estar das crianças. 

6. 
a) O tema do texto é a pouca atenção que se dá á infância no Brasil, pois há no país grande número de crianças pobres, desnutridas, se escola e sem receber os cuidados necessários. 

b) 
- (Primeiro trecho) O paralelismo de termos quantificáveis (anos, quilos) é quebrado por um termo não quantificável: brasileiro.

-  (Segundo trecho) Não é possível alguém ter uma idade diferente da que tem na realidade.

- (Terceiro trecho) Inversão de expectativa: a ideia de a pipa empinar o menino, e não o inverso. 

7.
a) A de que o menino procurado é o menino que o narrador do texto foi um dia e que ele perdeu.
b) O menino se perdeu no tempo, mas ficou no passado do narrador.

8.
a) Sugerimos abrir uma discussão com a classe. Entre outras possibilidades, parece que a infância sofrida foi a base de tudo oque o narrador se tornou. Reencontrar-se com o passado é uma forma de reafirmar seus próprios caminhos e confirmar sua identidade. 
b) Ele pode representar um desaparecimento no sentido figurado, pois o menino pode ter desaparecido dentro do adulto que o narrador se tornou.


9. A finalidade de fazer uma crítica ao descaso com que as crianças são tratadas por certas famílias e pelas autoridades. 

03/04/2025

Crônica - Turma 181

PSEUDÔNIMO: Montin


   O Café Esquecido 

    João fez café e o deixou esfriando na mesa. Precisa apenas pegar o jornal na porta, mas, no caminho, lembrou-se de responder uma mensagem. Depois, achou que seria bom regar as plantas. 

   Quando finalmente voltou para a cozinha, o café estava frio. Suspirou, deu de ombros e esquentou de novo. Mas, antes de tomar, lembrou-se de que precisa trocar a lâmpada da sala.



   E assim, o café foi esquecido outra vez.

26/03/2025

CRÔNICA - 181

 Tentativa de ser fitness


    Hoje, acordei com uma ideia meio doida: virar fitness! Botei um tênis, enchi a garrafinha de água e saí todo empolgado. Nos primeiros metros estava de boa. Depois, parecia que meus pulmões iriam pedir as contas!


    Do nada, passa um vôzinho correndo ao meu lado, eu morto de cansado e ele ainda solta um “Vamo, guri!”. Eu achando que não tinha como piorar, apareceu um grupo de vózinhas, aparentemente muito bem de físico e saúde. Elas me olharam de cima a baixo e começaram a cochichar entre si, pensa na vergonha que eu fiquei! No momento da vergonha, ainda tropecei em uma pedra e caí no chão, e as vózinhas se mataram de rir, que vergonha!


    Voltei para cara bufando e morrendo de vergonha e fui tentar fazer um shake, que era verde e tinha gosto de grama e ferrugem, que tive que fingir que estava gostoso... Duas horas depois, tava eu na cozinha, mandando pra dentro um X-Tudo e uma coquinha gelada!


*Vida fitness é bom... Pros outros!

BIOGRAFIA - 181

 Neymar jr

O Neymar da Silva Santos Junior, mais conhecido como Neymar, é um jogador de futebol brasileiro que nasceu em Moji das Cruzes, São Paulo, em 5 de fevereiro de 1992.

A carreira dele

Começou o jogar futebol nas categorias de base da Portuguesa Santista em 1998, em 2003, foi transferido para o Santos, onde se firmou como peça fundamental do clube, em 2013, foi vendido ao Barcelona, com o passe mais caro do futebol brasileiro, em 2017, foi transferido ao Paris Saint-German, na maior transação da história do futebol até então, em 2025, saiu do Al-Hilal por conta de sua lesão e voltou ao Santos.

A seleção brasileira

O Neymar entrou na seleção principal em 2010,aos 18 anos, num amistoso contra os Estados Unidos, Participou das Copas de 2014 e 2018, conquistou o ouro Olímpico nos jogos Rio em 2016.

 A vida pessoal dele

Tem um filho chamado Davi Lucca com a influenciadora Carolina Dantas, Namorou a atriz Bruna Marquezine, com quem rompeu definitivamente em 2018,está namorando a influenciadora Bruna Biancardi, com quem teve uma filha Mavie em 2023.

     Em 2011 e 2012, O neymar ganhou o Puskás de gol mais bonito do ano em(2011e2012).Ele hoje em dia e casado com a Bruna Biancardi, ele é patrocinado pela puma, e várias outras marcas.

    O Neymar na minha opinião: O neymar é um ídolo. Eu considero ele como um atleta diferenciado e até hoje, não vi nenhum brasileiro chegando aos pés dele de 2011 pra cá! Mas, quando ele chegou na Árabia ele teve uma lesão muito séria! Daí ficou 1 ano e pouco sem jogar bola, com isso o treinador do  AL­-HILAL não quis mais que o neymar atuasse lá! Com isso ele voltou pro Brasil.  A espectativa é que ele VAI SER  DENOVO CONVOCADO PRA SELEÇÃO. ­ 

CRÔNICA - 181


Nome fictício: Hanzen


     Desastre na Cozinha



  Ontem, eu tentei fazer um omelete. Sim, só um omelete. Mas, claro, eu consegui transformar essa tarefa simples em uma obra de arte... De desastre bem dizer.

   Eu quebrei 3 ovos no chão, 2 na pia e 1 na minha camiseta. E para completar, eu acabei queimando o omelete.

   Agora, eu estou com uma camisa com manchas de ovo  e um estômago vazio. Mas, pelo menos, eu aprendi uma lição, não sou um cozinheiro. E também, aprendi que ovos são mais difíceis de lidar do que parecem.

   Enquanto eu estava limpando a bagunça, eu não pude deixar de pensar, talvez, eu devesse ter começado com algo mais simples... Como fazer um sanduíche. Mas não, eu tive que ir direto para o omelete.

   Agora, eu estou pensando que, se eu conseguisse transformar essa habilidade de criar desastres em uma superpotência, eu seria o herói mais inesperado do mundo! Imaginei só: "O desastre", o super-herói que salva o mundo, um omelete queimado de cada vez.

CR7 - MEU ÍDOLO 

Era uma manhã de inverno em Madeira, Portugal, quando Cristiano Ronaldo, um garoto de olhos brilhantes e sonhos gigantes, corria pelas ruas de sua cidade natal. Com uma bola nos pés e um coração cheio de ambição, ele sabia que seu destino não seria como o dos outros meninos. A vida simples de um subúrbio de Funchal não impediria que ele voasse alto. Naqueles dias, Cristiano não era ainda o "CR7" que todos conheciam, mas a chama de uma lenda já começava a acender.


Aos 12 anos, ele deixa a família e a cidade para trás, rumo a Lisboa, para se juntar ao Sporting, onde seu talento foi imediatamente reconhecido. Sua dedicação e fome de sucesso o tornaram imbatível. No campo, era impossível não perceber que aquele jovem tinha algo especial, algo que o faria brilhar nos maiores estádios do mundo.


Meio

Com o tempo, CR7 foi se transformando em uma máquina de gols. Sua jornada o levou a Manchester, onde, sob a tutela de Sir Alex Ferguson, ele se tornou um dos maiores jogadores do planeta. Mas a sua ambição não se contentava com os títulos que já tinha conquistado. Em 2009, com a transferência para o Real Madrid, ele iniciou uma nova fase, onde sua genialidade atingiria níveis históricos.


Cristiano Ronaldo não era apenas um jogador; ele era um fenômeno. Seus dribles, gols de placa e dedicação o tornaram o maior artilheiro da história do clube, além de conquistar títulos inusitados, como a Liga dos Campeões e múltiplas Bolas de Ouro. Seus feitos transcenderam as fronteiras do futebol, tornando-o um símbolo de esforço, superação e excelência.


Mas não foi só dentro de campo que a lenda de CR7 se construiu. Ele se transformou em um ícone global, conhecido não apenas por sua habilidade, mas também por sua imagem de perfeição e disciplina. Suas lesões foram superadas com uma força impressionante, seu corpo se tornou uma máquina que sempre dava o máximo, jogo após jogo.


Fim

O tempo não perdoa, e em 2021, após passar pelo Juventus, CR7 retornou ao Manchester United, seu primeiro grande amor no futebol europeu. Mas a história não acaba com as transferências. O verdadeiro legado de Cristiano Ronaldo não está apenas nos títulos que conquistou, mas em como inspirou gerações de jogadores e fãs.


Ele não é apenas o "melhor do mundo", mas um símbolo da busca incessante pela perfeição. Ao final de sua carreira, as estatísticas falam por si: múltiplos títulos de Liga dos Campeões, Campeonatos Nacionais, e a honra de ser o maior artilheiro da história das seleções, superando lendas como Pelé e Messi em números.

AUTOR: E AGORA JOSÉ

GÊNERO CRÔNICA - TURMA 181

 O Dia em que o Café Fugiu



Era uma manhã como outra qualquer, e eu, como sempre, precisava de um bom café para começar o dia. Preparei a cafeteira com todo o cuidado, coloquei a xícara, liguei a máquina e me sentei para esperar o líquido sagrado. No entanto, algo estranho aconteceu. O café não veio.


Olhei para a cafeteira, ela parecia inocente, como sempre. Tentei apertar os botões, mexer no fio, dar uma assoprada na tomada, mas nada. O café não estava ali. Foi como se ele tivesse feito greve. Fui até a cozinha, olhei para a garrafa de café e percebi: o café estava lá, mas ele estava olhando para mim com um ar desafiador, como se dissesse: "Hoje não, meu chapa, hoje você vai ter que suar."


O mais curioso é que, em toda a minha vida, nunca me senti tão humilhado por uma xícara de café. Ele parecia me zombar, e eu, já sem opções, decidi que, talvez, fosse melhor começar o dia sem ele. Então, fui à rua comprar um café. Ao chegar na cafeteria, a atendente, com um sorriso cínico, me disse: "Está sem café em casa, né?" "Não", eu respondi, "estou em busca do meu orgulho".


Assim, comecei o dia sem o tão desejado café, mas com uma lição valiosa: o café, às vezes, também precisa de um descanso. E quem sou eu para questionar?

Autor desconhecido

 

                                                                            a manhã

pela manhã eu acordei e com muito sono fui tomar banho, na hora que eu entrei no banho o chuveiro queimou, assustada eu sai do banho e fui me secar, quando eu saí do box eu cai, ralei o joelho e o braço. chorei muito, minha mãe veio correndo e disse: 

- "filha, vai no mercado pra mãe?!"

eu disse: 

- "eu me machuquei, mas vou sim!"

E lá estava eu no mercado com o braço ralado, comprando pão.



autora:amandioca

                                                               o acidente.

 Hoje pela manhã meu despertador não despertou e eu acordei no susto, mais o menos umas 07:15 (aula começa 7:20), chamei minha mãe porque ela também estava atrasada pro trabalho dela. Nem tomamos café de tão atrasadas, terminei de me arrumar no carro pra economizar tempo. 

    Quantos estávamos no carro, uma moto se enfiou na nossa frente e batemos o em uma árvore tentando desviar da moto. Infelizmente a minha mãe não resistiu. Os médicos disseram que ela não iria aguentar, por causa das pancadas fortes que ela cantou, principalmente na região do abdômen com perda de muito sangue e pela demora da chegada do resgate, até chegarmos no hospital ela faleceu…

     No enterro estávamos todos muitos tristes pela perda, estava lotado, pois minha mãe tinha muitos amigos e parentes. Enquanto eu estava chorando ao lado do caixão, alguma coisa começou a me incomodar… no desespero eu acabei acordando, desci as escadas e vi minha mãe na cozinha, bem saudável e feliz.

Era tudo um sonho.


autora: mariagueixa

24/03/2025

Como escrever crônicas - TURMA 181 - MARIA ALMERINDA

 

Posts marcados ‘temas para crônicas’

Como escrever crônicas

Blog - Como escrever crônicas

Uma delícia de ler, mais gostosa ainda de escrever, a crônica cativa quem dela se aproxima. Talvez porque tenha um pouco de jornalismo, trazendo o frescor das notícias recentes ou nem tanto, mas que ainda causam furor nas rodinhas de amigos ou, mais modernamente, nas “redinhas” (de amigos) sociais. Talvez porque tenha um pouco de arte literária, permitindo vez ou outra uma licença poética que ajuda a extravasar, com liberdade de expressão, emoções e subjetivismos. 

Tear 7

Mas a amplitude da crônica ainda é mais surpreendente, abarcando filosofias, reflexões, memórias, juntando recortes de realidade com contação de histórias. Por isso, às vezes até se parece com uma breve narrativa e deixa os leitores na dúvida. Seria crônica ou conto? Se é de fato concisa e naturalmente saborosa, com toques de humor e uma ou várias pitadas de ironia, será crônica, com certeza.

Essa mistura, esse suingue, esse gingado de possibilidades textuais têm tudo a ver com o jeito de ser do brasileiro. Essa combinação eclética impulsiona a crônica, que evolui, solar, pelas páginas de jornais, revistas e livros de coletâneas, saindo-se bem tanto no impresso quanto no digital. E bons autores de crônicas estão sempre surgindo, inspirados nos mestres que atravessam o tempo, mantendo o frescor da atualidade, e nos encantam até hoje: Rubem Braga, Lygia Fagundes Telles, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Marina Colasanti…

Tear 8

Para quem gosta do gênero e quer arriscar uns passos nesse volteio literário, aqui vão algumas dicas:

  1. Escolha um tema que chame a sua atenção. Uma notícia interessante de jornal, algo que viu em um portal de internet, que soube pela rede social. Um fato engraçado, dramático, curioso, perturbador que tenha ocorrido na rua onde mora, na vizinhança, na família, em uma visita, nas férias, no passeio de fim de semana. Algo que o surpreendeu em seus sonhos, que ativou suas lembranças… Um tema, cujas razões de escolha estarão, com certeza, refletidas no texto.
  2. Defina o jeito como quer falar desse tema. Você gostaria de fazer uma reflexão? De contar uma história? De expressar seus sentimentos, como em um desabafo? De rir e fazer rir sobre o assunto? De ironizar a forma como as pessoas, você inclusive, se relacionam com o tema? De retratar uma situação que revele objetiva ou subjetivamente a maneira como você vê e entende o assunto? De puxar o fio da memória e recordar, filosofar, desenrolar enfim o novelo de uma lembrança?
  3. Escreva de forma simples. Não se trata aqui de ser raso, superficial ou de escrever de forma incorreta – isso, jamais! –, mas sim de ser sincero, sem preciosismos ou rebuscamentos, que muitas vezes encobrem a voz do coração. A crônica é o mais autoral dos textos, no qual você se desnuda sem intenção de chocar ou seduzir, mas de compartilhar com os leitores suas emoções, compreensões ou incompreensões, sua visão de mundo. Nada mais moderno do que esse compartilhamento.
  4. Escolha a forma mais adequada ao conteúdo sobre o qual quer cronicar (sim, o verbo “cronicar” existe e significa, naturalmente, “escrever crônicas”). Pode ser em forma de diálogos (como algumas crônicas de Luis Fernando Veríssimo); de prosa extensa ou mais concisa (mas sempre uma boa prosa como nas de Machado de Assis ou Lima Barreto); de relato, carta, diário (como a de Pero Vaz de Caminha, sobre o achamento de um novo mundo); de texto poético, emocional ou dramático (como as de Cecília Meireles e de Clarice Lispector); de narrativa, história, fábula (imperdíveis as de Millôr Fernandes)…
  5. Siga a lógica do texto. Nem sempre nos lembramos do óbvio, mas como disse o Rei ao Coelho, no livro de Alice (“Alice no País das Maravilhas”): “Comece pelo começo e siga até o fim; daí, pare.” O recado é: seja objetivo, claro e coerente, apresentando seu tema no começo (sobre o que estou falando), desenvolvendo as ideias relacionadas ao tema no meio (como tudo aconteceu; como tudo me afeta ou aos outros ou ao mundo), e chegando a uma conclusão (que pode ser a de não ter conclusão alguma).
Para finalizar, exemplo de uma crônica exemplar:

A Palavra

Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.

Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa.

Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.

Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de futebol… Mas o canário não cantava.

Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma pequena frase melódica de Beethoven – o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma secreta ligação entre a alma do velho artista morto e o pequeno pássaro de ouro?

Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.”

Crônica de Rubem Braga, publicada no jornal O Globo, em 13 de novembro de 1959.