Alunos escrevem cartas a familiares pedindo que parem de fumar, no ES
Iniciativa foi de uma escola particular de Vitória.
Cartas foram corrigidas e enviadas neste dia de Combate ao Fumo (29).
As caixas de correio de cerca de 400 famílias de Vitória, no Espírito Santo, vão receber uma correspondência inusitada nos próximos dias. Como remetentes, centenas de crianças e adolescentes que dedicaram semanas à escrita de cartas aos familiares fumantes, pedindo que eles parem de fumar. A ação é uma iniciativa do Colégio Adventista de Vitória (CAV) e mobilizou turmas inteiras. Nesta sexta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, os textos foram corrigidos e enviados para os devidos destinatários.
As mensagens foram escritas por estudantes com idade entre 8 e 15 anos. Nas cartas, eles alertam sobre as consequências causadas pelo tabagismo e pedem para que familiares e amigos parem de fumar. O projeto acontece em sala de aula, como parte das aulas de redação e português do Colégio Adventista de Vitória.
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Segundo a professora Patrícia Storch, a ideia surgiu através de um aluno que perdeu a avó por causa de um câncer de pulmão. “Nós estávamos estudando o sistema respiratório e esse aluno pediu que a gente orasse pela avó dele, que estava muito doente. Então ele teve a ideia de escrever uma carta pedindo que ela parasse de fumar, e isso se estendeu aos outros alunos. Mas, antes mesmo que ele terminasse a carta, ela faleceu. Mesmo assim, continuamos com o projeto, e os alunos aderiram imediatamente”, disse.
Uma das cartas que mais chamou a atenção de professores e do diretor da escola foi a escrita pela aluna Gabriela Cruz, de 10 anos. No texto, que será enviado para uma tia, ela questiona a escolha da mulher. “Não sei como você, uma mulher linda e inteligente, se deixa dominar por um cigarro. Não é mistério nem segredo o fim de todo fumante, e será que você merece esse fim? Será que os seus filhos merecem ver a mãe deles doente? Dê valor ao maior presente que Deus te deu: a vida”, escreveu.
Outra história que se destacou foi a de Bryam Bravim, de 11 anos. Ele contou que escreveu a carta para o pai, alertando sobre o futuro da família. “Meu pai já incentivou minha mãe a parar de fumar, e depois que ela parou, ele continuou fumando. E às vezes, eu me incomodo com o cheiro e acabo me afastando dele, fico longe. Todos os dias eu falo com ele ‘pai, para de fumar, o fumo causa várias consequências, eu não quero que essas consequências aconteçam com você. Quero que você vá a várias festas comigo, quero que você esteja no meu casamento, viva momentos de felicidade comigo'”, disse.
Durante a semana de atividades, os alunos também participaram de uma palestra com um profissional da área da saúde, com a temática do tabagismo. Assim como os estudantes, o diretor da instituição, Marcelo Queiroz, aguarda ansioso pelos resultados. “A gente poderia chamar um palestrante, trazer os pais, mas a gente sabe que eficiência do resultado seria totalmente diferente. O aluno, escrevendo uma carta, não é apenas um papel escrito, mas é um sentimento também”, garantiu.
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